Parceria com a prefeitura da cidade, Sema e MPE viabilizou a obra
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), em parceria com o Ministério Público Estadual (MPE) e a prefeitura do Bujari, lançou na manhã desta quarta-feira, 21, no Salão Paroquial da Igreja São João Batista, no município, a Consulta Pública do Projeto “Parque Ecológico da Matinha”.
A vontade expressa pelos moradores do Bujari desde 2008, de transformar os nove hectares de área no centro da cidade em uma Unidade de Conservação, resultou na Consulta Pública na qual autoridades e população se reuniram para decidir o futuro da área verde. O evento contou com a presença do prefeito do Bujari, João Lima, do secretário de Meio Ambiente, Carlos Edegard de Deus e da promotora de Defesa do Meio Ambiente, Meri Cristina Gonçalves, além de técnicos da Sema, do MPE e comunidade.
O recém-criado Parque Ecológico da Matinha se destaca por ser um refúgio de fauna nativa e um dos últimos remanescentes de floresta na área urbana, além de ser uma área com importância hídrica, já que possui em seus limites dois igarapés e diversas nascentes.
Para o secretário de Meio Ambiente, Carlos Edegard de Deus, a iniciativa da comunidade do Bujari foi extremamente inovadora. Ele também avalia como positiva a receptividade do prefeito João Lima em apoiar essa reivindicação, transformando uma área que seria loteada em uma Unidade de Conservação para o uso de toda a população do município. “A Sema e MPE foram fundamentais e importantes nesse processo, mas parabéns à comunidade do Bujari, que a partir dessa data avançou na construção do processo, através da Consulta Pública, para criar essa área de preservação na cidade de Bujari. São nove hectares que poderão ser bem aproveitados, na proteção dos animais, na área de floresta que ainda existe no município e também para o lazer da população. A Sema vai continuar dando apoio para que o município possa implantar esse Parque Ecológico da Matinha”, declarou o secretário.
Para a técnica da promotoria ambiental do Bujari, Luzia Martins, a mobilização popular começou desde que surgiram loteamentos no município, que acabaram por devastar toda área verde em torno da cidade, restando apenas este fragmento nativo de nove hectares, ainda rica em vertentes e espécies vegetais e animais. “A população começou a me procurar, pois eu já faço trabalho ambiental no município, pedindo uma forma de preservação daquela área. Então começamos a entrar em contato com as autoridades, com os representantes do meio ambiente para a realização de uma consulta pública.”
Segundo a promotora Meri Cristina, o MPE recebeu a demanda da sociedade através de um abaixo-assinado, no sentido de coibir ações predatórias na área. Além disso, iniciativas para lotear a Matinha já estavam em franco progresso, porém sem regularização ambiental ou mesmo licença do município. O MPE teve o papel de evitar que esse loteamento fosse realizado. “O levantamento de fauna e flora foi feito a pedido do MPE pra ver a importância ambiental daquela área e saber das necessidades que a população apresentava. A comunidade escolar que existe em frente ao parque encontra-se engajada nesse projeto. Aqui no município, temos a dona Luzia, que está vinculada ao MPE, ela foi a propulsão de que a comunidade precisava como porta-voz, foi batendo nas portas corretas, na Sema e no Imac, até que realizamos esta audiência, pública na qual ficou comprovada a vontade da população e ter um parque municipal, ter aquela área como um parque protegido”, relatou Meri Cristina.
A criação da Unidade de Conservação reforça a necessidade de essa área verde ser declarada de utilidade pública para fins de lazer, educação ambiental e turismo, entre outros benefícios para melhoria da qualidade de vida da população local.
{xtypo_rounded2}Vantagens:
- Levantamentos mais aprofundados, e em outras épocas, poderiam revelar ainda mais espécies
- Contribuição para o corredor de fauna da Floresta do Antimary
- Conservação de afluentes do Igarapé São Francisco
- Recuperação do passivo ambiental do município
- Área de recreação para a população de Bujari
- Criação de um espaço dedicado à educação ambiental
- Reafirmação de traços culturais da população de Bujari {/xtypo_rounded2}