Quando se fala em farinha no Acre, é difícil o pensamento não remeter ao Vale do Juruá. A famosa farinha de Cruzeiro do Sul é reconhecida pelo sabor e pela qualidade.
Essa cadeia produtiva é uma das principais atividades econômicas da região e responsável pelo sustento de centenas de famílias no Juruá que sobrevivem da produção da farinha ou da venda da mandioca.
A qualidade da farinha de Cruzeiro do Sul é resultado do talento de quem a produz e do esforço do governo na oferta de boas práticas aos produtores rurais.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), nos últimos dois anos cerca de 750 produtores de farinha foram capacitados com cursos de boas práticas.
Palmira Oliveira, coordenadora da cadeia produtiva da mandioca na Seaprof, explica como funciona cada capacitação.
“Os produtores já têm a prática na fabricação da farinha. O que trazemos de novo nesses cursos é a manipulação correta dos equipamentos e a higiene necessária com a matéria-prima. Com isso, temos um produto que, além de saboroso, não oferece nenhum risco à saúde de quem consome.”
Na última semana, 31 produtores da comunidade do Pentecostes, em Mâncio Lima, fizeram o curso de boas práticas.
Central Juruá produz 20 toneladas de farinha por mês
O trabalho de capacitação com o curso de boas práticas vem sendo desenvolvido com a Central Juruá, que agrega quatro cooperativas, envolvendo cerca de 270 famílias produtoras rurais.
A produção atual, de cerca de 20 toneladas por mês, atende, além do mercado local, outros estados, como Rondônia.
O presidente da entidade, Germano Silva, fala da importância das boas práticas para a melhoria da qualidade da farinha produzida na região.
“A farinha não basta ser apenas saborosa. Ela precisa ter qualidade e todas as garantias de um produto fabricado com as condições ideais de higiene. O curso de boas práticas tem sido fundamental para melhorar nosso produto e ganhar novos mercados”, afirma.
O próximo passo, graças a uma parceria com o Sebrae e a Embrapa, que deve valorizar ainda mais a farinha produzida no Juruá, é a obtenção do selo de identificação geográfica, que vai comprovar que o produto é fabricado naquela região.