Paciente de Porto Walter recebe transplante de fígado em mais um procedimento cirúrgico realizado na Fundhacre

“Quando recebi a ligação fiquei nervosa e ao mesmo tempo feliz; não tenho palavras para agradecer”. Esse é o relato da Francinete Silva, de Porto Walter, paciente de 33 anos, diagnosticada com cirrose hepática decorrente do vírus da hepatite B e hepatocarcinoma, que recebeu um novo fígado na quinta-feira, 9, no centro cirúrgico da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), em Rio Branco.

Paciente de Porto Walter recebe transplante de fígado em mais um procedimento cirúrgico realizado na Fundhacre. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

Todo o processo de viabilização para captação e a realização do transplante teve início na quarta-feira, 8, quando a equipe de transplantes foi notificada pela Central Estadual de Transplantes de um doador compatível na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb). Parte da equipe médica de São Paulo se deslocou até Rio Branco e o doador foi transferido para a Fundhacre por volta de 11h da manhã da quinta, 9, quando foi realizada a cirurgia de retirada do fígado, seguida do implante na receptora.

Processo de viabilização para captação e a realização do transplante teve início na quarta-feira. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

A paciente já estava acompanhada pela equipe de transplantes desde fevereiro. “Foi tudo muito rápido, percebi mudança na cor da pele, fiquei inchada, foi quando fui fazer o exame e fui diagnosticada com cirrose hepática”, relatou Francinete.

O serviço de transplante da Fundhacre conta com acompanhamento no pré e pós-ambulatório; os pacientes que passam pelo procedimento cirúrgico são assistidos por uma equipe multiprofissional preparada.

Equipe multiprofissional de transplantes da Fundhacre acompanha a paciente no procedimento cirúrgico. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

O transplante anterior

Também Sayonara Filgueiras, de Sena Madureira, de 32 anos, portadora de colangite biliar primária, outra receptora de fígado, teve, em outubro, seu transplante realizado. “Foi uma espera devastadora, pois tinha uma vida ativa e me vi parando de fazer coisas e de comer as comidas que gosto”, conta.

Para os transplantados, a assistência após alta hospitalar é fundamental no processo de recuperação e adaptação ao novo estilo de vida.

Alta hospitalar da paciente transplantada Sayonara Filgueiras ocorreu no dia 27 de outubro. Foto: cedida

“A equipe é maravilhosa, elas sempre estiveram disponíveis pra sanar minhas dúvidas e me acalmar também. O tratamento é humano, qualquer situação fora do comum, elas sempre estão em conjunto pra resolver a situação”, relata.

Ao todo, foram 16 transplantes no ano, somando 78 procedimentos desde o início do programa, em 2014. O Acre é o único estado da Região Norte que realiza o serviço de transplante hepático, e o governo do Estado vem atuando no compromisso de manter o programa, atendendo a população local e de outros estados.

“A cirurgia da nossa décima sexta transplantada ocorreu sem intercorrências, foi um sucesso”, afirma a coordenadora de transplantes, Valéria Monteiro.

Entenda a logística

Para viabilizar o processo de captação e transplantes, é necessária a integração e envolvimento de uma equipe multidisciplinar, incluindo profissionais da Organização de Procura de Órgãos (OPO) vinculada à Central Estadual de Transplantes, com a coordenação da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), que viabiliza a distribuição e logística para a chegada do órgão.

Quando o órgão é de outro estado, a Força Aérea Brasileira (FAB) realiza o transporte. Já a equipe da Fundhacre disponibiliza toda estrutura, assistência técnica, logística para equipe de transplantes e receptores dos órgãos, além de contar com um grupo cirúrgico com excelência em procedimentos desse porte.

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