Os desafios do novo ensino presencial

A pandemia que assolou o mundo em 2020 é um marco para a educação. Isso todo o mundo já sabe. Primeiro houve o desafio das aulas remotas. O governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (SEE) implementou o programa Escola em Casa, com aulas pela TV e pelo rádio como formas de levar o conhecimento a mais de 150 mil estudantes em todo o Estado.

No ano passado, a educação do Acre deu outro passo importante para levar o processo de ensino-aprendizagem aos estudantes: o ensino híbrido. Parte do conhecimento sendo aplicado na própria escola e a outra parte continuando no ensino remoto. Cada pai e cada mãe ficando responsável por autorizar a volta presencial do filho à escola. Não foi uma escolha fácil. Afinal, a pandemia ainda não acabou.

Agora, para o ano letivo de 2022, um novo desafio se apresenta à Educação, aos gestores, aos professores e a todos aqueles responsáveis por ensinar e possibilitar o conhecimento aos nossos alunos: o retorno das aulas presenciais. Não é uma tarefa tão simples quanto se apresenta num primeiro momento. O esforço, agora, é pelo caminho de volta, é possibilitar aos estudantes as formas e as condições mais seguras possíveis para esse retorno. E não estamos falando somente dos cuidados sanitários, mas dos modelos pedagógicos que precisam ser atualizados.

E como se tudo isso ainda fosse pouco, a Educação estadual ainda tem outro desafio, tão importante quanto o retorno das aulas presenciais, que é a implementação do novo ensino médio, um modelo em que o aluno passa a ser o protagonista do ensino, em que ele escolhe os caminhos a percorrer para a sua formação profissional. E contribuir para essas escolhas é fundamental para o sucesso da aprendizagem.

Mas o governo mostra-se preparado para a tarefa que é realizar o retorno do ensino presencial. No ano passado, a Secretaria de Educação, por meio do programa Educação Conectada, permitiu aos professores a aquisição de computadores e de internet para a realização das mais variadas tarefas. Estar conectado ao mundo digital é passo primordial para as novas metodologias educacionais e para levar o conhecimento àqueles que, agora, serão também os protagonistas do aprender.

Mais do que isso, o governo do Estado, antes mesmo da pandemia, já desenvolvia uma política de auxílio aos estudantes. Já havia sido implementado o segundo prato, um reforço na alimentação escolar como forma de garantir o bom aprendizado. Um aluno bem alimentado é um aluno que consegue aprender, que sabe fazer perguntas e que consegue questionar o mundo.

Outra política importante que já havia sido implementada pelo governo antes da pandemia era a distribuição de uniformes escolares. Parece pouco, mas para muitas famílias, a aquisição da farda consumia muito do orçamento familiar no início do ano letivo. A isso se acrescente os kits pedagógicos compostos de cadernos, lápis, borracha, caneta e apontador. Gasto para o Estado? Não, investimento. E para as famílias economia no orçamento doméstico.

Por tudo isso, o governo mostra-se preparado para o retorno das aulas presenciais. Se a pandemia, por um lado, exigiu esforços no sentido de tornar realizar um ensino remoto que nunca havia sido experimentado antes, por outro, o retorno presencial se fará da maneira mais amena e agradável possível para os alunos, pais e responsáveis.

A experiência adquirida pelos professores, pelos gestores e pelos técnicos da Secretaria de Educação com as aulas remotas e híbridas fará com que o retorno das atividades 100% presenciais possa oferecer aos estudantes um ambiente favorável, não apenas no aspecto físico, com escolas revitalizadas e com os cuidados sanitários exigidos, mas sobretudo uma maneira de ensinar e aprender que está em constante evolução e aperfeiçoamento.

Desse modo, aos desafios do novo ensino presencial, pós-pandêmico, que exigiu mudanças de comportamento e de pensamento da sociedade como um todo e que foi um verdadeiro marco na educação, apresenta-se por outro lado uma vontade de deletar as marcas deixadas pelo vírus. A educação, mais do que uma ferramenta de transformação, será também uma ferramenta de superação de tudo aquilo que já enfrentamos. E a Educação está alinhada, pronta para esse retorno, porque das lições e dificuldades enfrentadas ficou o aprendizado de que, unindo força, trabalho e experiência, novas conquistas virão.

* Stalin Melo é professor e jornalista lotado na Divisão de Comunicação da Secretaria de Educação (SEE)

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