Orquestra começa agenda de apresentações nesta sexta-feira, no Teatro Plácido de Castro, como parte de convênio financeiro assinado com a FEM
Um convênio assinado entre a Fundação de Cultura Elias Mansour e a ONG Escola de Música Musicalizar e Orquestra Filarmônica do Acre garante um total de R$ 200 mil em recursos financeiros para serem aplicados na dinamização da orquestra e manutenção dos equipamentos. A parceria propositiva tem sua contrapartida com 16 apresentações gratuitas com a orquestra em espaços teatrais e escolas da rede pública. No repertório as sinfonias de grandes compositores, como Villa Lobos, Mozart, Beethoven e Mendelssohn. Além disso, a orquestra, regida pelo maestro Romualdo Medeiros, vai acompanhar o solo de piano do músico Marcelo Brum. A primeira apresentação da agenda será realizada nesta sexta-feira, às 20 horas, no Teatro Plácido de Castro.
Para o maestro Romualdo Medeiros, a criação da Orquestra Sinfônica do estado é um processo que precisa ser olhado com muito cuidado. "Uma vez que sem um apoio estável do governo acabamos criando um espaço fraco para o público e para os próprios músicos. Das várias formações que tivemos, saíram grandes talentos. Hoje, eles trabalham em orquestras de outras cidades. Sem ter onde empregar acabamos exportando bons talentos", conta.
Entender a importância do processo de formação dos músicos é um ponto estratégico no trabalho para o crescimento da área musical no estado. Para Daniel Zen, presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, é necessário a implementação de um programa para a área de música que envolva toda uma rede de entidades, escolas, grupos e outros.
"Os projetos da Orquestra Sinfônica, da Escola de Música, a Rede de Músicos e o Curso de Música da Usina de Arte caminham para o mesmo sentido. Fazem parte de um processo de aglutinação das entidades que visam o desenvolvimento eficaz de capacitação artística. O trabalho em conjunto desses serviços constrói um novo expoente para música acreana"
Rede Acreana de Músicos
A Orquestra Filarmônica tem se aproximado de um movimento de articulação do cenário musical. É a Rede Acreana de Músicos que se reúne com certa periodicidade para discutir o trabalho na área musical por cadeias produtivas.
"O sujeito ativo do processo de shows, de gravações e de vitrine das bandas locais não se sentem parte do movimento. A rede quer mudar isso.", explica Daniel Zen.
Com essa iniciativa, não só os músicos têm vez, mas produtores, técnicos de luz, de som, donos de casas noturnas que trabalham com música autoral e donos de estúdios estão se organizando por segmento. Tudo com o propósito de articular um dos movimentos mais produtivos do estado.
