Organização Pan-Americana de Saúde avalia ações para o controle da malária no Acre

Estado foi escolhido por apresentar resultados satisfatórios nas ações de controle e combate à doença nos últimos quatro anos

Consultores da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) de Washington, especialistas em estratégia de controle da malária, realizam de 18 a 26 de julho uma avaliação externa das atividades desempenhadas dentro da Rede Amazônica de Vigilância da Resistência aos Antimaláricos no Brasil. O objetivo é avaliar as ações desenvolvidas para o controle da malária nos estados brasileiros que têm grandes índices da doença.

No Acre, a avaliação será realizada na região do Vale do Juruá. O Estado foi escolhido por ser reconhecido pela excelência na execução das atividades de controle do vetor, diagnóstico precoce e tratamento da doença, além das ações de educação em saúde e mobilização social.   

Os especialistas, juntamente com os técnicos do Ministério da Saúde, chegam a Rio Branco na noite desta quarta-feira, 20, e na manhã da quinta-feira, 21, se reunirão com a secretária de Estado de Saúde, Suely Melo, e com a gerente de Vigilância em Saúde, Izanelda Magalhães, para falar sobre a execução das atividades de avaliação para o combate à malária no Estado. Após a reunião, a equipe se desloca para Cruzeiro do Sul, onde ficarão até o dia 23, observando in loco as estratégias desenvolvidas na região para o controle da doença.

De acordo com Izanelda, a Opas escolheu o Acre para realizar a estratégia de avaliação pelos resultados satisfatórios que o estado vem tendo nas ações de controle e combate à malária nos últimos anos. Em 2006 foram registrados 93.863 casos de malária, a maioria na Região do Juruá. Já em 2010 os registros foram de 36.662, uma redução de 60,94% nesses quatro anos.

“Desde 2006 estamos tendo bons resultados no que diz respeito ao combate e controle da malária em nosso estado. É importante ressaltar que esse controle é fruto do trabalho conjunto entre os Governos Federal, Estadual e Municipal, em parceria com a comunidade. Uma de nossas estratégias para a redução de casos da malária foi a integração das ações e inclusão da distribuição dos mosquiteiros impregnados de longa duração”, informa Magalhães.

Ações preventivas reduzem em mais de 60% casos de malária no Acre

Segundo a gerente, as ações para o controle vetorial da malária têm como objetivo reduzir o contato do homem com o mosquito transmissor da doença por meio do uso de barreiras físicas ou químicas. Quando bem realizadas, estas medidas podem ter grande impacto, reduzindo a densidade de mosquitos vetores e transmissores da malária. Ela diz ainda que o Governo do Acre vem priorizando essas ações e não mede esforços para controlar e reduzir os casos da doença no estado.

“Nos últimos anos, nossos governos vêm investindo muito nas ações de combate a malária aqui no Acre. A aquisição de mosquiteiros impregnados é uma dessas ações que integram o controle da doença. A implantação dessa ferramenta foi, decisivamente, uma forma simples e eficiente, muito importante quando considerado as dificuldades de acesso de muitas localidades, o que dificulta a cobertura adequada de borrifação intradomiciliar.”, destaca a gerente.  

Ainda de acordo com Izanelda, a Opas, em 2007, fez uma doação de sete mil unidades de mosquiteiros impregnados de longa duração, que foram utilizados para intervir na transmissão da malária em treze comunidades, localizadas nos municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves. A doação foi realizada com recursos da United States Agency for International Development (USAID).  

Com a avaliação positiva de adesão dos mosquiteiros pela comunidade, o Governo do Estado adquiriu em 2010, por meio de emenda parlamentar do então senador e hoje governador, Tião Viana, mais 70 mil unidades que foram distribuídos em todos os municípios acreanos, levando em consideração as áreas de alta, média e baixa transmissão da doença.

“Os resultados foram positivos, tendo em vista que foi adotada uma metodologia específica para a distribuição e instalação dos mosquiteiros, no qual 97% das pessoas que receberam esses mosquiteiros relataram que ficaram satisfeitos e já usaram no dia seguinte. Mas só entregar o mosquiteiro não seria suficiente, então, para o alcance desse resultado, foram realizados trabalhos de mobilização para conscientizar a comunidade sobre a importância do uso contínuo desta ferramenta, como palestras e distribuição de informativos, com ilustrações para ficar mais fácil a percepção, levando em conta que cada pessoa tem seus hábitos e costumes, e precisaríamos incentivá-los a utilizar esta nova ferramenta de proteção pessoal e controle da malária”, finaliza a gerente.

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