Ação que envolve diversas secretarias tem diminuído os focos de calor em até 59%, se comparados com 2010
A Comissão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais (CEGdRA) apresentou na manhã desta quinta-feira, 8, na Unidade de Situação de Eventos Extremos, situada na sede do Corpo de Bombeiros Militar, os resultados da Operação Acre Vivo.
A operação, lançada no último dia 2, atuou durante todo o feriadão, que foi até esta quarta-feira, 7. De acordo com o quadro comparativo dos focos de calor dos anos de 2010 e 2011, houve uma queda significativa de 59% do início do ano até hoje, com 34% só no mês de setembro.
O secretário de Meio Ambiente, Edegard de Deus, abriu a coletiva e comemorou a diminuição das queimadas nesse período, considerado o mais crítico. Segundo o secretário, “se compararmos com 2010, estamos com um índice 59% menor em focos de calor.
Se analisarmos os dados entre os dias 2 e 8 de setembro, também reduzimos em 34%. Isso se deve à eficiência da ação conjunta entre Sema, Semeia, Ibama, Imac, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e a própria população, que aderiu ao programa. Podemos considerar que a operação Acre Vivo tem sido um sucesso e vai continuar até meados de outubro, enquanto durar a estiagem,” afirmou.
A situação, contudo, ainda é muito preocupante. Graças às mudanças climáticas extremas que o planeta está atravessando – naturais, mas bastante
potencializadas pela pressão que empreendimentos humanos não-sustentáveis ocasionam ao meio ambiente -, o tradicional período de estiagem amazônico está se alongando além do previsto, com a umidade relativa do ar em apenas 37% em setembro, sendo que o normal, para a região é, em média, 80%.
A falta de umidade compromete lençóis freáticos e nascentes, o que na prática tem diminuído muito o nível dos rios acreanos. Com apenas 1,52 metro registrado neste mês, o Rio Acre enfrenta seu nível mais crítico em 40 anos.
Segundo o coronel João de Jesus Oliveira, do Corpo de Bombeiros, mesmo com os bons resultados obtidos, é necessária atenção. “Enquanto estivermos no período de condições climáticas desfavoráveis, vamos continuar fiscalizando e autuando, se for necessário”, declarou Oliveira.
Para o diretor técnico do Imac, Paulo Viana, o resultado do baixo índice de notificações se deve às ações de políticas públicas que o Estado está desenvolvendo para os pequenos produtores.
“As políticas públicas implantadas, como a alternativa de dispensa de licenciamento de até cinco hectares para a piscicultura, mecanização agrícola e a certificação das propriedades rurais contribuíram para a queda nos números de queimadas no Estado. Nesse período da Operação Acre Vivo tivemos, somando ações do Imac e Ibama, um corpo de 85 documentos, entre notificações e autos de infração. Esses produtores receberão orientações
de técnicos para o programa de Certificação de Propriedade da Seaprof”, analisou Viana.