Profissionais de saúde participam de oficina para elaboração do Plano de Ação da Regional do Juruá e definição das linhas de cuidado para pessoas com sofrimento ou transtorno mental – incluindo àquelas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas – no âmbito do Sistema único de Saúde (SUS). A programação será nos dias 22, 23 e 24 deste mês.
Ana Cristina de Messias, coordenadora estadual de Saúde Mental, explica como será o desenvolvimento da Rede Psicossocial nos municípios do Vale do Juruá. “Essa oficina visa planejar e fechar o diagnóstico da região, elaborar o desenho do que cada secretário quer como Rede de Atenção psicossocial em seu município e depois fazer o plano de ação”, salientou Cristina.
O Ministério da Saúde (MS) publicou, nos meses de dezembro de 2011 e janeiro de 2012, uma série de portarias que instituem a Rede de Atenção Psicossocial em Saúde Mental propondo a criação, ampliação e articulação de diversos pontos de atenção à Saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental.
De acordo com Charles André Cavalcante, coordenador regional de Saúde, o Estado cumpre um papel importante para a realização dessas oficinas. “Cabe aos municípios o cumprimento do que foi acordado na construção das redes e, ao Estado, o papel de organizador, fiscalizador, colaborador e incentivador para que todos esses sistemas, que são agora benefícios para os usuários, possam acontecer e proporcionar melhorias para os pacientes do SUS.
Formada pelos serviços da Atenção Primária à Saúde e Atenção Psicossocial Especializada (CAPS, Ambulatórios) a rede contará, ainda, com a Atenção de Urgência e Emergência, Atenção Residencial de Caráter Transitório, Atenção Hospitalar, Estratégias de Desinstitucionalização e Reabilitação. O objetivo de melhorar o acesso a atenção psicossocial da população e ajudar usuários e suas famílias, além de garantir a articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no município.
Segundo a coordenadora de Saúde Mental, a população só tem a ganhar com a implantação da rede. “Hoje, trabalhamos com a Política de Saúde Mental, serviços de bases comunitárias dentro do território, visitas domiciliar e trabalhos de inclusão social, além de geração de trabalho e renda. Portanto, ter essa rede montada é possibilitar a essa população reprimida, sem esses serviços básicos, uma melhor qualidade de atendimento”, afirmou.
Estimativas do relatório Mundial da Saúde Mental, emitido pela Organização Mundial da Saúde em 2001, sugerem que, cerca de 450 milhões de pessoas, sofrem de transtornos mentais ou neurobiológicos, ou de problemas psicossociais relacionados às drogas. Em Cruzeiro do Sul, com uma população aproximada de 80 mil habitantes, cerca de 800 pessoas necessitam de garantias na qualidade da atenção psicossocial. O elemento essencial para garantir essa qualidade é a mudança no processo de trabalho das equipes em todos os pontos de Atenção.
Esse processo implica a incorporação de tecnologias e de gestão do cuidado, para atenção integral e longitudinal, como também na articulação de ações e serviços para a constituição de linhas de cuidado em toda a rede.