Observação de pássaros chega ao Acre com potencial para ecoturismo

O Beija Flor de Garganta foi observado pela primeira vez no estado. (Foto: Ricardo Plácido/ Sema)
O beija-flor-de-garganta foi observado pela primeira vez no estado (Foto: Ricardo Plácido/ Sema)

A prática da observação de pássaros (“birdwatching”) é uma atividade que, discretamente, toma espaço em todo o país, tanto para fins científicos quanto como hobby. Em algumas regiões é considerada uma alternativa de ecoturismo, atraindo olhares do mundo inteiro. O Brasil é o segundo país, no mundo, com a maior diversidade de pássaros. De acordo com o levantamento realizado pelo Comitê Brasileiro de Registro Ornitológico, em 2014, existem mais de 1.900 espécies de aves no país.

Nesse cenário, o Acre figura como uma das regiões mais ricas em diversidade de pássaros. Aproximadamente 700 espécies foram identificadas no estado, fazendo da região a última fronteira da biodiversidade.

A unidade de conservação em que está situado o Parque Estadual Chandless é uma área rica em diversidade de ave-fauna. Por ter uma expressiva presença de bambu, o Chandless abriga espécies de aves próprias da vegetação. Além das unidades de conservação, as Áreas de Proteção Ambiental (APA) também são locais ideais para “passarinhar”, como é popularmente conhecida a observação de pássaros.

A APA do São Francisco foi o local escolhido por dois biólogos de Porto Velho para observar aves. Glauko Correa e Erunaiá Pereira são ornitólogos e acreditam que o Acre é um estado com grande potencial para observação de pássaros. “No Brasil todo se criou uma grande expectativa em relação à Região Norte. Aqui no Acre, especificamente, a biodiversidade é fantástica e pouco explorada”, afirmou Glauko.

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Glauko, Ricardo e Erunaiá são observadores de pássaros (Foto: Angela Peres/Secom)

Os biólogos estão em Rio Branco desde quinta-feira, 20, e devem passar o próximo fim de semana no quilômetro 36 do Ramal do Goiabal, na estrada Transacreana, na expectativa de registrar espécies que estão em nível de conservação e extinção.

Para Ricardo Plácido, biólogo e coordenador da APA do São Francisco, a atividade pode ganhar potencial turístico e gerar renda às populações tradicionais que habitam áreas de fácil observação. “Esse tipo de atividade necessita de áreas conservadas, então é uma forma de turismo sustentável”, explicou.

Global Big Day

Em maio o Acre foi um dos participantes brasileiros, pela primeira vez, do Global Big Day, um evento internacional que convoca observadores de aves do mundo inteiro, para identificar espécies diferentes e compor um banco de dados.

Durante todo o dia, uma equipe da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), registrou a presença 36 diferentes espécies, entre elas o raríssimo maracanã-de-cabeça-azul, uma ave considerada vulnerável. O beija-flor-de-garganta também teve o seu primeiro registro no dia do evento.

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