Serão mais de dez mil casas e uma parte delas deve ficar pronta até dezembro para fazer o Natal de centenas de famílias mais feliz. As obras das unidades habitacionais do programa Cidade do Povo foram retomadas hoje, com uma oração feita por um grupo de trabalhadores, com a presença do governador Tião Viana e do vice-governador César Messias.
“Vamos continuar trabalhando, mesmo que tenhamos de lutar contra essas tentativas de nos atrapalhar. Conseguiram impedir por um tempo as obras da Cidade do Povo, estão tentando fazer isso com a BR-364, mas não vamos ser parados. O que está em jogo é a vida das pessoas, é mais dignidade para o nosso povo, é a comida na mesa dos filhos dos trabalhadores e casa para as famílias que moram em áreas de risco, que sofrem com a alagação todos os anos”, disse o vice-governador César Messias, que também é coordenador executivo do projeto Cidade do Povo.
As obras das unidades habitacionais – de responsabilidade das construtoras e instituições financeiras (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil) – estavam paradas devido a um embargo do Tribunal de Contas da União (TCU), que, com base em informações erradas de que sequer as obras de terraplanagem haviam se iniciado, determinou a suspensão dos trabalhos. A decisão de suspender o embargo foi publicada na quarta-feira, 26. Todas as obras de infraestrutura de responsabilidade do governo não foram prejudicadas – ruas, escolas e unidades de saúde continuaram sem interrupção.
“Essa interrupção foi feita por política, não foi por ato de corrupção. A verdade foi restabelecida e vocês estão ajudando a escrever a página mais bonita da história da habitação no Acre. O que nos alegra é que serão gerados 20,202 mil empregos e estas pessoas estarão trabalhando aqui, construindo um sonho que vai beneficiar aquelas pessoas que moram no Preventório, no Ayrton Senna, na Baixada da Habitasa”, disse o governador Tião Viana.
O trabalhador Carlos Alberto Nascimento foi um dos que se emocionaram com a volta ao trabalho. “Hoje é um dia muito especial porque estamos voltando para o lugar de onde nunca deveríamos ter saído. Nunca deveríamos ter parado essa obra. Nós somos pais de família que temos de colocar comida na mesa dos filhos, e há pais de família esperando que essas casas fiquem prontas para que consigam ter um lugar melhor para morar. Ninguém deveria ser contra isso”, disse.
Diante do embargo, sindicatos de trabalhadores e patrões se uniram aos deputados e formaram uma comissão mista. Munidos de documentos, pesquisas e relatórios, foram ao Tribunal de Contas da União na tentativa de sensibilizar sobre a importância da obra e os impactos positivos na economia e na sociedade.
Sobre a Cidade do Povo
É o maior projeto habitacional do Estado. Estima-se que pelo menos 50 mil pessoas sejam beneficiadas diretamente e passem a morar no local. Trata-se de um bairro planejado, com toda a infraestrutura necessária: ruas, iluminação pública, rede de água e esgoto e todos os equipamentos públicos – delegacias, unidades de saúde, praças, áreas de lazer, comércio, escolas e creches. Parte dos moradores da Cidade do Povo (mais de três mil famílias) será proveniente de áreas alagadiças e que sofrem com as constantes enchentes do Rio Acre.
Mais de vinte mil postos de trabalho
Um estudo feito pela Universidade Federal do Acre (Ufac), a pedido da Federação das Indústrias do Acre (Fieac), estimou que serão gerados mais de vinte mil postos de trabalho e que no auge da obra serão 15 mil trabalhadores simultaneamente empenhados em erguer uma das maiores obras do Acre. Os salários destes trabalhadores serão responsáveis por injetar na economia local R$ 7,2 milhões, além de toda a movimentação gerada na cadeia produtiva da construção civil, que, em efeito cascata, movimenta a indústria da confecção (uniformes), alimentação (café, almoço e janta para os trabalhadores), olarias e outros setores.
Instituições, empresas e governo estão unidos para oferecer qualificação específica para os postos de trabalho que serão gerados.
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O que eles disseram
Vice-governador César Messias {xtypo_quote}O dia mais triste da minha vida foi quando demos a notícia do embargo das obras, e além de ver um projeto tão bonito e necessário ser parado, um trabalhador parou meu carro aqui na obra e me contou com lágrimas nos olhos que este era o único trabalho que ele tinha, que precisava alimentar os filhos e que um projeto como esse não poderia ser prejudicado. Os trabalhadores tem amor por esta obra, tem orgulho deste trabalho{/xtypo_quote} |
Trabalhador Carlos Alberto Nascimento {xtypo_quote}Nós somos pais de família que temos que colocar comida na mesa dos filhos, e há pais de família esperando que essas casas fiquem prontas para que consigam ter um lugar melhor pra morar. Ninguém deveria ser contra isso{/xtypo_quote} |
Encarregado da obra Carlinho Evangelista {xtypo_quote}Eu coordeno uma equipe de 50 funcionários e sei a história, a dor e o problema de cada um. Chorei com todos eles. Não estamos aqui só por dinheiro, estamos por dignidade. Não é só uma questão financeira, é uma questão humana. Eu tenho orgulho de estrar aqui e trabalhar com vocês{/xtypo_quote} |
Engenheiro Vinícius Saddock {xtypo_quote}No dia que a notícia do embargo chegou foi muito difícil. Foi um balde de água gelada, porque estávamos com um planejamento a todo vapor, fazendo planos, trabalhando com gás e de repente nos vimos num beco sem saída. Na semana passada começamos a pensar em dispensar o pessoal, mas a mão de Deus chegou na hora certa e não precisamos demitir ninguém{/xtypo_quote} |
Governador Tião Viana {xtypo_quote}Agora vamos correr para entregar parte destas casas em dezembro. Um dia de verão equivale a três dias de trabalho no nosso inverno. Então foi como se tivéssemos perdido 75 dias. Mas todos estão empenhados em construir esse capítulo na história da habitação{/xtypo_quote} |
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