A vinda de famílias do campo para a cidade gerou um crescimento desordenado na zona urbana. Em Rio Branco, as consequências dessa ação são observadas nas comunidades que se formaram, ao longo dos anos, em fundo de vales ou áreas de risco e alagadiças da capital.
Sem a estrutura necessária para uma moradia digna, surgem os problemas sociais e ambientais, situações que somente com obras estruturantes e ações de inclusão humana serão combatidas.
As margens do Igarapé São Francisco, por exemplo, foram tomadas por casas construídas umas perto das outras. Comunidades como a do Beco da Fonte Nova, no bairro da Conquista, ou do Igarapé Fundo, na Nova Estação, passaram anos se desenvolvendo sem nenhuma organização.
Como forma de mudar a realidade de quem vive nessas regiões, o governo do Estado instituiu em 2008, as Zonas de Atendimento Prioritário (ZAPs), o que permitiu a estas áreas um olhar diferenciado no que se refere à execução de políticas públicas de infraestrutura urbana e inclusão social.
E foi neste compasso que o governo do Estado buscou recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para levar melhor qualidade de vida aos moradores das ZAPs. São ações que incluem obras de infraestrutura, saneamento, habitação, regularização fundiária e inclusão social.
A mudança nas áreas atendidas é visível para quem passa pela região, principalmente por quem mora lá, como a dona de casa Angela Alves, da ZAP 4 – Palheiral. “O passeio de fim de tarde no parque é uma rotina para mim com meus filhos. Mesmo que anoiteça, eu sempre fico aqui. Com a iluminação pública do espaço, sinto-me segura. É ótimo viver nesta região”, diz.
As obras da ZAP 4 estão em andamento e com 78% dos trabalhos concluídos. Serviços de macrodrenagem, drenagem, terraplanagem, esgotamento sanitário, pavimentação, calçamento, quadras poliesportivas e iluminação pública atendem a comunidade.
Além de infraestrutura, as ações envolvem a remoção de famílias do fundo de vale, a realocação em unidades habitacionais de melhor qualidade e a recuperação ambiental com tratamento do fundo de vale para uso comunitário e projetos sociais.
Para a secretária de Habitação, Janaína Guedes, as obras são de grande importância porque traduzem a política de inclusão social do governo do Estado. “O conceito de ZAP realmente se concretiza com estas obras e as intervenções sociais do governo do Estado, o que reflete positivamente na qualidade de vida dos moradores dessa região, bem como nos problemas sociais e ambientais” disse a gestora.
Rio Branco tem cinco ZAPs, e Sena Madureira, uma (ZAP 6). Até agora o investimento para a melhoria dessas áreas é de R$ 126.554.710,17, sendo que desse total R$ 23.314,858,90 é recurso de contrapartida do governo do Estado e 103.239.851,27, repasse federal por meio do PAC.
A previsão para a entrega total das obras é março de 2018. A ZAP 1 – Chico Mendes já foi entregue, restando as ZAPs 2, 3, 4, 5 e 6, que estão, respectivamente, com 84%, 80%, 78%, 92% e 96% dos trabalhos concluídos, num total de mais de 3 mil famílias contempladas.