O mapa do trabalho, emprego e renda no Acre

Por Assurbanípal Mesquita*

Estar trabalhando é uma condição que fortalece o interior das pessoas, melhora a autoestima e contribui com uma melhor qualidade de vida para as nossas famílias. Assim, gerar mais oportunidades de emprego e renda é uma das melhores medidas que qualquer nação ou localidade necessita para o desenvolvimento humano.

O estado do Acre vem prosperando de maneira significativa na geração de trabalho e renda nos últimos anos. Com uma população oficial de 830 mil habitantes, de acordo com os dados da PNAD/IBGE, dispomos de uma força de trabalho de aproximadamente 340 mil pessoas, sendo que destes, 319 mil encontram-se trabalhando, dos quais 224 mil como funcionários e 95 mil por conta própria. São aproximadamente 93 mil trabalhadores com carteira assinada pelo regime da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

Analisando o histórico destes dados oficiais, podemos constatar um avanço no crescimento do emprego formal em nosso estado. Somente nos últimos dois anos, o estoque de emprego cresceu quase 15%, fechamos 2023 com a menor taxa de desemprego dos últimos 11 anos, chegando a 6,2%, indicando que ainda permanecem 21 mil pessoas desempregadas, e já iniciamos o ano registrando um crescimento expressivo nos empregos com carteira assinada em 13,1%, sendo um dos estados que mais avançou neste aspecto.

Assim, mais uma vez, felizmente, podemos afirmar que os números apontam que as oportunidades de emprego, trabalho e renda estão avançando em nosso estado.

O crescimento do número de trabalhadores empregados está intimamente ligado ao crescimento da economia, bem como ao engajamento dos setores empresariais que, quando estão em plena operação ou investindo na ampliação de suas atividades ou na implantação de novos negócios, necessitam de mais capital humano, e é o que temos testemunhado acontecer em nosso estado.

Em nossos registros, são mais de 40 mil pessoas jurídicas existentes, que complementam o papel do Poder Público na oferta de trabalho.

Assim, a dinâmica que tem feito o Acre prosperar no incremento das oportunidades de trabalho é fruto de um árduo trabalho de organização e melhoria do ambiente de negócios, da confiança e engajamento do setor empresarial e dos nossos empreendedores, bem como do nosso capital humano.

No que tange ao ambiente de negócios, o governo do Estado do Acre, juntamente com nossas bancadas e as diversas instituições de apoio empresarial possuem papel preponderante, estabelecendo inicialmente um trabalho de base que criou um ambiente favorável, como a criação de novos incentivos, como a elevação do sublimite do Simples, um novo modelo de inventivo fiscal para indústria, a agilidade no licenciamento, a redução do tempo de abertura de empresas, a manutenção do pagamento do servidor público em dia e a liberdade para produzir.

Somente com estas medidas, já no terceiro ano do primeiro mandato do governador Gladson Cameli, já pudemos registrar o crescimento de alguns setores estratégicos em nosso estado, como a produção agrícola e pecuária de larga escala envolvendo a soja, o milho e o café, dentre outros, o ressurgimento dos manejos florestais e o ressurgimento da indústria florestal madeireira, a indústria da carne bovina e carne suína, a ampliação do comércio local, em especial os atacadistas e supermercados, dentre outros negócios.

Os resultados destas medidas refletiram muito bem nos números oficiais da nossa economia, uma vez que o IBGE mensurou um crescimento de 6,9% em nosso PIB de 2021, demonstrando que obtivemos uma real efetividade no crescimento, o que nos consolidou como o estado que teve o quinto maior crescimento do país.

Além das medidas já adotadas, outras propostas foram vêm sendo implementadas, como a introdução do Programa de Compras Governamentais (Comprac), que valoriza a indústria acreana, a regularização dos polos moveleiros nos municípios, a melhoria no Parque Industrial de Rio Branco, os investimentos na construção civil e infraestrutura, a promoção e apoio de eventos nos municípios, são exemplos de iniciativas que incrementam ainda mais a economia e como consequência a oferta de trabalho, e assim contribuíram sobremaneira para a redução da taxa de desemprego no nosso estado.

Outra medida de grande relevância tem sido a postura do governador Gladson Cameli de possibilitar que os órgãos do governo atuem em união com o setor produtivo, em especial com as entidades de representação empresariais, que vêm possibilitando um ambiente de união e parceria que potencializa a confiança dos empresários.

Para estimular ainda mais as oportunidades de emprego e renda, o governo Estado do Acre já dispõe de um plano de longo prazo, para o desenvolvimento econômico e social, que projeta nosso estado para os próximos dez anos, a “Agenda Acre 10 anos”, que já vem sendo executada.

Assim, já estão sendo desenvolvidas iniciativas que certamente irão acelerar a oferta de trabalho no campo, nas comunidades florestais e nas cidades, oportunizando mais oferta de trabalho para nossa população.

Dentre estas iniciativas, podemos destacar a manutenção e ampliação das iniciativas já implementadas, a ampliação do apoio para a agricultura familiar, a ampliação da cadeia produtiva do café e do suíno, o turismo, em especial o de base comunitária e o etnoturismo, o estímulo para a ciência, tecnologia e inovação, com a implementação de um parque tecnológico, bem como para a criação e aceleração de novas empresas inovadoras, as startups, o estímulo ao comércio exterior pelo Acre, com as ações de fortalecimento do nosso Corredor Interoceânico, a implementação do Programa de Habitação e melhoria da infraestrutura produtiva, dentre outras.

Visando ampliar a implantação de novos negócios de médio e grande porte, podemos ainda citar os projetos da Zona de Processamento e Exportações, que passou por uma reformulação em seu marco legal, facilitando o acesso por parte de novas empresas e a implantação do Polo Logístico de Rio Branco, estruturas estas que se configurarão como espaços relevantes para a geração de novos empregos.

Importante destacar, ainda, a aceleração da cadeia produtiva da bioeconomia e da tecnologia da informação, que possui interface com quase todas as outras ações já elencadas, mas que tem um reflexo especial em termos de oportunidades para as comunidades tradicionais e para nossos universitários que se formam a cada ano.

Assim, as ações e estímulos para gerar mais oportunidades estão sendo trabalhadas e certamente irão proporcionar cada vez mais inclusão de pessoas no mundo do trabalho.

Com relação ao setor empresarial, também podemos testemunhar o engajamento dos nossos empreendedores, que estão mais confiantes, investindo mais, introduzindo tecnologia e inovações, buscando novos mercados, incluindo o comércio exterior como alternativa, aproveitando nossa nova posição estratégica. Enfim, os nossos empresários estão dando respostas aos estímulos e melhoria do nosso ambiente de negócios e, assim, merecem nosso reconhecimento.

Com relação ao nosso capital humano, podemos, inicialmente, registrar que milhares de jovens estão se formando nas diversas universidades e cursos técnicos a cada ano, e para potencializar estes jovens qualificados, estão sendo adotadas medidas para canalizar esta força de trabalho para o empreendedorismo e para o campo da inovação, estimulando a criação de novas empresas e startps, preferencialmente com ideias inovadoras que agreguem mais valor aos seus trabalhos, além das iniciativas tradicionais de especialização e qualificação profissional.

Assim, o governo do Estado do Acre, por meio de suas diversas secretarias e órgãos e, unido com os diversos órgãos públicos e privados, tem trabalhado intensamente para a implementação gradativa e cadenciada das medidas de forma assertiva, o que irá fazer com que o nosso estado tenha uma aceleração no crescimento da nossa economia e, consequentemente, mais oportunidades de trabalho e renda para nossa população.

*Assurbanipal Mesquita é engenheiro eletricista, coordenador da Câmara Técnica de Comércio Exterior do Fórum de Inovação e Desenvolvimento do Estado do Acre, atualmente, secretário de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia

 

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