O manejo florestal em discussão

Seminário internacional reúne Governo, BID, empresários e ambientalistas

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Um dos objetivos do seminário é discutir o realinhamento estratégico do programa de desenvolvimento florestal do Acre (Foto: Angela Peres/Secom)

 

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Seminário reúne especialistas em diversas áreas ambientais para discutir temas como mercado de capitais, mudanças climáticas e florestas plantadas (Foto: Angela Peres/Secom)

Mercado de madeira, desenvolvimento florestal, mudanças climáticas, mercado de capitais e gestão de florestas públicas são apenas alguns dos temas abordados pelo Seminário Internacional de Desenvolvimento Florestal no Acre, um evento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Governo do Estado do Acre. O evento reúne autoridades internacionais, nacionais e locais envolvidas com as questões ambientais.

O seminário é gratuito e acontece no auditório da Federação das Indústrias. Nesta quinta e sexta-feira, 26 e 27, acontecem os paineis e debates. No sábado, os participantes discutem a reformulação do Código Florestal e a questão das florestas plantadas. Durante a tarde eles se reúnem para a oficina de realinhamento estratégico de planos de desenvolvimento florestal e projeto BID.

O manejo florestal, ressalta o secretário de Florestas, Carlos Ovídio Duarte, tem se mostrado uma alternativa econômica e ambiental viável. "Foi a nossa aposta ao longo dos últimos 10 anos e tem se mostrado uma alternativa positiva. Uma prova disso é que há oito anos apenas 4% do suprimento florestal era legal. Hoje a madeira legal chega a 95%".

Reunir governo, instituições financeiras, ambientalistas e madeireiros no mesmo local e com o mesmo propósito era algo que não parecia provável há anos atrás. "Nós não pensaríamos nem em passar na frente de um evento como este. Hoje saímos da condição de predadores para manejadores  e mais de 90% da madeira que sai do Acre é manejada, legal", disse Adelaide de Fátima, presidente da Associação de Manejadores e vice-presidente da Associação das Indústrias do Acre.

Durante a tarde foi lançado o projeto "Promoção do Móvel do Acre na Região Sudeste". A rede Casa & Construção, que tem 22 lojas em vários estados, comprou algumas peças da coleção desenvolvida pelo Pólo Moveleiro. "A primeira compra foi um pouco tímida, para fazermos uma experiência da aceitação dos móveis pelo público. Mas acredito que terão excelente saída, já que os móveis certificados do Acre tem uma qualidade muito superior ao que costuma surgir no mercado", comentou Miriam Gemignani, da Casa & Construção.

Os consumidores estão cada dia mais conscientes e exigentes com a origem dos produtos florestais. Isso tem mudado o comportamento do mercado. Estevão do Prado Braga, responsável por Manejo Florestal Empresarial e Desenvolvimento Sustentável do WWF, explica que a produção e o consumo sustentável de madeira tropical no Brasil tem causado duas situações: a redução muito grande de madeira produzida na Amazônia – a madeira ilegal não tem encontrado tanto espaço, e a falta de áreas para manejo florestal – ou são florestas públicas ou áreas privadas que já foram degradadas.

"E isso abre uma possibilidade de mercado para Estados como o Acre, que tem buscado este caminho e se esforçado neste sentido, com a vantagem de ser o único estado da Amazônia com regras claras para o setor florestal", disse.

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