O Acre virou um grande canteiro de obras, segundo o empresário Waldomiro Soster. Dono de uma construtora e uma pedreira, ele garante que do dia 1º de julho até agora já entraram no Acre mais de mil carretas de brita, sendo 80% para abastecer obras dos governos federal, estadual e municipal.
“Obra que tem brita é de boa qualidade e eu garanto que as obras feitas aqui são de excelente qualidade porque levam muita brita. Tem outras em outros estados que não tem essa preocupação e estão voltadas para o baixo custo da construção”, disse o empresário.
A brita é utilizada pela construção civil acreana em obras públicas e privadas. Ela é matéria prima, por exemplo, da manutenção e conservação das estradas feita pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e da construção BR-364, de responsabilidade do Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre).
Boa parte da brita que entra no estado tem um endereço certo: a Cidade do Povo, maior projeto habitacional do estado, uma obra de R$ 1,1 bilhão que deve gerar mais de 20 mil empregos segundo a estimativa feita pela Federação das Indústrias do Acre (Fieac).
A brita é um material que garante a qualidade e durabilidade da obra, mas tem seu preço no custo da construção civil. Nas obras da BR-364 um caminhão de brita – que custa R$ entre 60 e R$ 80 reais em Rondônia, de onde ela vem – chega a custar até R$ 500 reais para chegar ao acampamento de obras da BR-364, no Massipira, por exemplo. A grande questão é o transporte do produto, que encarece o valor final.
Além das obras da Cidade do Povo e da BR-364, o programa Ruas do Povo também é um grande consumidor de brita. O bom momento da construção civil no estado se reflete no número de empregos que é gerado. “Eu tenho 400 funcionários. Na pedreira, em Rondônia, eu tenho apenas 20. A grande maioria de trabalhadores está nos canteiros de obras aqui no estado”, disse o empresário, que aproveitou o momento para investir em novos equipamentos, alguns deles custaram mais de R$ 2 milhões.
Cidade do Povo – Uma das maiores obras de infraestrutura do estado e a maior obra habitacional já construída no Acre tem nome de cidade e faz jus à nomenclatura. Se o bairro que vai abrigar 50 mil pessoas fosse uma cidade acreana, só perderia em população para a capital e Cruzeiro do Sul.
A obra estimula e aquece toda a cadeia produtiva da indústria, ligada à construção civil: alimentos, serviços, vestuário, transporte, entre outras. No auge das obras o valor pago em salários para os trabalhadores vai ultrapassar R$ 7 milhões de injetados por mês na economia acreana, capital que vai circular no estado, pois todas as empresas são acreanas.