A palavra crise certamente marcou o ano de 2016. Olhar para as 27 unidades da federação é se deparar com muitos números negativos. No Estado do Acre, de um povo que se diz “enjoado” e “enxerido”, por ser pequeno, mas aguerrido e cheio de protagonismo, podemos dizer com orgulho que temos, sim, o que comemorar – e até mesmo os pessimistas haverão de concordar, diante de alguns dados, que considero fundamentais, constarem neste texto.
E não se enganem: o Acre sabe que o que está bom pode ficar ainda melhor, e esse é o tom do governador Tião Viana para sua equipe, mas devemos parar para refletir também sobre os bons resultados, fruto de um trabalho cheio de persistência e ousadia, de uma gestão de projetos que muitos acreditavam não ser realizáveis.
Definitivamente, Tião Viana pode encerrar 2016 festejando os frutos do que plantou. Afinal, em 2014 e 2015, o Acre reduziu em 15% sua taxa de desmatamento – dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), quando em toda a Amazônia o aumento foi de 20%.
Na educação, o Estado teve o melhor desempenho do ensino fundamental 1 e 2 da Região Norte, empatando em primeiro lugar no ensino médio com o Amazonas, no levantamento de 2015 do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Já Rio Branco tem o quarto melhor desempenho entre as capitais do país.
Pelo Programa das Nações para o Desenvolvimento (Pnud), da Organização das Nações Unidas (ONU) , o Acre é um dos Estados brasileiros que obteve ótimos resultados na educação, o que reforça o que comentei acima. Os dados do radar do Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) apontam o Acre entre os três melhores resultados, com (0,612).
Ainda no assunto educação, o Acre é referência com um programa que pretende zerar o analfabetismo até 2018. São 15 mil pessoas já alcançadas pelo Quero Ler, que tem o total envolvimento e engajamento do governador Tião Viana, o grande entusiasta da iniciativa.
Ainda em 2014, enquanto quatro Estados tiveram recuo no Produto Interno Bruto (PIB), cinco apresentaram maior crescimento, entre eles o Acre, com (4,4%). E não para por aí, pois o Acre é o único Estado da Região Norte e um dos sete do país que alcançou superávit primário nas contas de 2016, ou seja, teve mais receitas do que gastos com a máquina pública.
Este resultado é fruto não só da política de austeridade colocada em prática pelo governo Tião Viana, que reduziu salários de cargos comissionados, ainda na transição de um mandato para o outro (2014-15), não concedeu reajustes para a equipe de governo e cortou despesas com fornecedores, e após o agravamento da crise no país e a redução de repasses federais, reduziu em 20% os salários de toda a equipe de governo, começando pelo seu, além de cortar 545 cargos comissionados.
É também um resultado pautado nos investimentos com foco em uma base econômica diversificada que aposta no desenvolvimento com responsabilidade na conservação ambiental. Entre esses projetos, cito o extraordinário modelo de empresas público-privada-comunitárias, que começaram a gerar renda para a população, recurso este que contempla a todos os envolvidos no processo, desde o pequeno produtor ao governo do Estado. Só a Peixes da Amazônia está exportado mensalmente, em média, 50 toneladas de pescados dentro do país e outras 10 toneladas para o Peru a cada dez dias, alternativas em um momento oportuno para o Acre driblar a crise nacional.
O Estado também tem um dos mais ousados programas de regularização fundiária do país. Já foram entregues mais de 37 mil títulos. E na área da segurança pública, um resultado divulgado recentemente pela Revista Exame aponta o Acre como o segundo Estado mais seguro da Região Norte e o quarto do Brasil, numa pesquisa que cruza índices de homicídios e mortes no trânsito. Ainda que sejam muitos os desafios, os números são positivos e refletem a atuação integrada das polícias em uma gestão que investiu não só em equipamento, mas nos profissionais, fazendo jus ao título de ter uma das polícias mais honesta do país.
Temos muito mais para contar, mas por hoje finalizo comentando uma nova realidade que me fez ouvir outro dia de um renomado médico, uma frase muito interessante. Afinal, em um passado não tão distante, o Acre só vivia a experiência de enviar pacientes a outros Estados para muitos tratamentos que hoje existem aqui, e, quem diria, nos tornamos um dos Estados que mais fez transplante de órgãos proporcionalmente no país.
E como disse o médico hepatologista Tércio Genzini, “o Acre está servindo de piloto para um modelo que o país deveria seguir”.
* Jornalista, atualmente na função de Secretária de Estado de Comunicação