Número de atingidos pelas enchentes no Acre supera proporcionalmente os do Rio de Janeiro e Santa Catarina

A tragédia social que se abate agora no Acre por causa da enchente de seus rios já é proporcionalmente superior às tragédias ocorridas na Região Serrana do Rio de Janeiro e em Santa Catarina (Sérgio Vale/Secom)

A tragédia social que se abate agora no Acre por causa da enchente de seus rios já é proporcionalmente superior às tragédias ocorridas na Região Serrana do Rio de Janeiro e em Santa Catarina (Sérgio Vale/Secom)

 

A calamidade social que se abate agora no Acre por causa da enchente de seus rios já é proporcionalmente superior às tragédias ocorridas na Região Serrana do Rio de Janeiro e em Santa Catarina, que foram consideradas as mais trágicas do país nas últimas décadas. Na enchente e deslizamento do Rio de Janeiro, ocorridos em janeiro do ano passado, o número de atingidos contabilizado pela Defesa Civil Nacional ultrapassou a casa de um milhão de pessoas, representando 6,2% dos 15,9 milhões de habitantes do Estado. Na enchente de Santa Catarina, de setembro de 2011, os atingidos foram da ordem de 984 mil, representando 15,7% de seus 6,2 milhões de habitantes.

No Acre, segundo os números divulgados nesta terça-feira, 28, pela Secretaria Nacional de Defesa Civil, o número de pessoas afetadas pela enchente já é de 134,9 mil, o que representa 18,3% de sua população, calculada pelo IBGE no ano passado em 733.559 habitantes. Os dados da Defesa Civil mostram, ainda, que o Acre também apresentou uma proporção bem superior ao de Santa Catarina no quesito abrangência do drama social em seus territórios. Enquanto os 83 municípios catarinenses atingidos pelas cheias representaram 28,3% dos 293 existentes naquele Estado, as 10 cidades atingidas no Acre já abrangem 45,3% dos 22 municípios acreanos.

No Acre, segundo os números divulgados nesta terça-feira, 28, pela Secretaria Nacional de Defesa Civil, o número de pessoas afetadas pela enchente já é de 134,9 mil (Sérgio Vale/Secom)

No Acre, segundo os números divulgados nesta terça-feira, 28, pela Secretaria Nacional de Defesa Civil, o total de pessoas afetadas pela enchente já é de 134,9 mil (Sérgio Vale/Secom)

 

O grau do problema social do Acre também é refletido pelo fato de o número de pessoas desalojadas no Estado ser superior, proporcionalmente, aos desalojados do Rio de Janeiro. Nos 10 municípios acreanos atingidos, houve até esta terça-feira 11.666 pessoas desalojadas, o que representa 1,6% da população. No Rio de Janeiro, as 35 mil pessoas desalojadas de suas casas representaram apenas 0,2% do número de habitantes do Estado.

Importância do planejamento

O bairro Taquari na periferia da capital acreana está totalmente submerso pelas águas do Rio Acre (Angela Peres/Secom)

Bairro Taquari, na periferia da capital acreana, está totalmente submerso pelas águas do Rio Acre (Angela Peres/Secom)

 

O percentual de desalojados de suas casas no Acre só é inferior ao percentual de proporcionalidade apresentado por Santa Catarina, que registrou índice de desalojamento da ordem de 2,8%, com o número de desalojados chegando a 178.509 pessoas entre uma população de mais de seis milhões de pessoas. A maior distinção entre a tragédia social vivida agora pelo Acre e as que se abateram sobre os outros dois Estados é a da ocorrência de mortes. O número de óbitos no Rio de Janeiro foi superior a mil pessoas e o de Santa Catarina chegou a três. No Acre, houve apenas uma morte – um servidor do Departamento de Estradas de Rodagem do Acre (Deracre), vitimado por um choque elétrico.

A ocorrência de apenas uma morte no Acre vem sendo debitada ao fato de o governo do Estado e da maioria das prefeituras terem se organizado, se planejado e executado ações a tempo para amenizar o impacto da tragédia das cheias dos rios na vida da população, principalmente a ribeirinha, que foi a mais atingida.

A cidade de Brasileia, distante 230 quilômetros de Rio Branco, ficou parcial destruída pela enchente do Rio Acre (Sérgio Vale/Secom)

   Brasileia, a 230 quilômetros de Rio Branco, ficou parcialmente destruída pela enchente do Rio Acre (Sérgio Vale/Secom)

 

“Não tenho a menor dúvida de que os elevados níveis de organização dos órgãos públicos daqui e de solidariedade entre as pessoas nos municípios atingidos foi o que pesou para que fossem evitadas mais mortes no Acre”, ressaltou Fabiano de Souza, da Defesa Civil de Santa Catarina, que se encontra desde o dia 23 de fevereiro no Acre, junto com outros três servidores, a serviço da Secretaria Nacional da Defesa Civil, com sede em Brasília.

Segundo explicou Fabiano Souza, a população atingida pelas cheias dos rios acreanos contempla todas as pessoas que tiveram suas casas alagadas pela enchente ou que foram subtraídas em um ou mais dos serviços públicos essenciais oferecidos à população, tais como abastecimento de água, de energia elétrica, de comunicações e de transporte.

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