O Governo do Estado, por meio do Departamento de Água e Saneamento (Depasa), concluiu nesta terça-feira, 27, um novo estudo do sistema de água e saneamento de Rio Branco. Tendo como ponto de partida o Plano Diretor de Água e Esgoto elaborado há 20 anos. As informações coletadas agora servirão como base para a revisão do plano vigente e nortearão as ações para melhorar o sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário da capital.
De acordo com o estudo, os problemas ainda existentes decorrem, principalmente, da não execução de algumas obras definidas no plano diretor elaborado em 2000. “Faltou construir alguns reservatórios e concluir o reforço de rede de abastecimento e de coleta de esgoto”, explica Luiz Carlos Tauber, engenheiro responsável pela elaboração do Plano Diretor de Água e Esgoto 2000/2020 e atual consultor do Depasa para a revisão do plano.
Até o ano 2000, o que havia no Acre era um sistema de abastecimento de água deficitário, que funcionava com duas estações: a de captação Judia e a de tratamento de água, ETA I. Esgoto, praticamente não existia.
Àquela época, foi realizado um estudo com o objetivo de fazer melhorias operacionais e projetar as redes, reservatórios e elevatórias. A partir desse estudo, então, foi construído o Plano Diretor de Àgua e Esgoto 2000/2020.
Uma nova estação, a ETA 2 foi construída. Entretanto, nem todas as ações previstas foram executadas e a estação Judia foi desativada. O plano deveria ter sido revisto em 2010, o que também não ocorreu.
O novo estudo inciado no primeiro semestre da gestão do governador Gladson Cameli avalia o plano diretor vigente, analisa o crescimento da cidade, verifica o que não foi feito e o que ainda precisa ser feito para garantir o abastecimento de água com qualidade.
Os dados mostram que, no momento em que foi elaborado o atual plano diretor, o primeiro distrito de Rio Branco correspondia a 85% do município, e o segundo distrito, 15%. Hoje, a proporção é praticamente 50%.
No primeiro distrito da cidade, o crescimento ocorreu conforme as projeções. Do outro lado da cidade, o crescimento populacional foi além do esperado. Ainda de acordo com o estudo, a construção da Cidade do Povo, obra não prevista no Plano Diretor 2000/2020, ocorreu em área de proteção de manancial.
“Temos aí um passivo grande de aumento de adutoras, reservatórios, bombas com mais potência, e melhoria da distribuição para que possamos atender o crescimento populacional e suprir a necessidade”, lembra o diretor presidente do Depasa, Zenil Chaves.
O novo plano diretor de água e saneamento de Rio Branco deve contemplar ações para 2020/2040. Para a equipe que trabalha na revisão do plano diretor de água e esgoto para a capital, algumas ações devem ser imediatas, como o reconstrução de uma nova adutora da ETA 2 para o Setor Central, e dali para o setor Placas até o Ouricuri.
A partir das informações da consultoria sobre como funciona a dinâmica hidráulica do sistema de abastecimento de água e de todo procedimento das estações de tratamento de esgoto serão planejadas as intervenções.
“Essa modelagem hidráulica com a ampliação do sistema, atendendo o crescimento da cidade e prevendo as zonas de expansão que estão no plano diretor, faz com que a gente tenha uma nova setorização e estudo detalhado da necessidade de intervenções para atender toda necessidade de abastecimento de água e esgotamento sanitário nos próximos 20 anos”, destaca o diretor de planejamento e obras do Depasa, Jamerson Lima.