Nove médicos chegam ao Acre pelo Mais Médicos

Os médicos foram recepcionados por autoridades estaduais e municipais, na pista do Aeroporto Internacional de Rio Branco (Foto: Victor Augusto)

Os médicos foram recepcionados por autoridades estaduais e municipais, na pista do Aeroporto Internacional de Rio Branco (Foto: Victor Augusto)

Eram pouco mais de 14 horas quando o avião da Força Aérea Nacional (FAB) pousou em Rio Branco, no sábado, 14, com nove médicos estrangeiros e brasileiros formados em outros países. Estava prevista a chegada de dez médicos, mas um atrasou a vinda por questões documentais. O décimo médicos deve chegar ainda no início desta semana.

Ainda na pista do Aeroporto Internacional de Rio Branco, os médicos foram recepcionados pela secretária de Estado de Saúde, Suely Melo, e o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, além de outras autoridades estaduais e municipais.

A secretária de Estado de Saúde, Suely Melo, representando o governo do Estado, ressaltou que a intenção é buscar fazer do Acre um exemplo para todo o país, dentro do programa Mais Médicos (Foto: Victor Augusto)

A secretária de Estado de Saúde, Suely Melo, representando o governo do Estado, ressaltou que a intenção é buscar fazer do Acre um exemplo para todo o país, dentro do programa Mais Médicos (Foto: Victor Augusto)

“Cada médico que chega com carga horária de trabalho de oito horas representa atendimento para cinquenta pessoas”, disse a secretária Suely Melo, ao destacar a importância da promoção e prevenção em saúde na atenção primária, para reduzir casos de média e alta complexidade.

Os profissionais irão atender seis cidades e comunidades indígenas do Acre, na atenção básica de saúde. De acordo com o Ministério da Saúde, cinco médicos ficarão em Rio Branco. Outros cinco vão para Manoel Urbano, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e distritos sanitários especiais indígenas Alto Juruá e Alto Rio Purus.

Com a chegada de mais profissionais, ao todo, Rio Branco recebeu dez médicos pelo programa Mais Médicos. “Só  temos que parabenizar a presidenta Dilma e o ministro da Saúde, e agradecer o apoio do governo do Estado, com o governador Tião Viana, para conseguirmos melhorar o atendimento em saúde da população”, disse o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre.

Volta para casa

O médico acreano Thiago das Neves Carvalho formado na Espanha comemorou a volta para casa, com a filha Beatriz, de dois anos, no colo. “Agora eu quero viver perto da família”, disse, emocionado (Foto: Victor Augusto)

O médico acreano Thiago das Neves Carvalho formado na Espanha comemorou a volta para casa, com a filha Beatriz, de dois anos, no colo. “Agora eu quero viver perto da família”, disse, emocionado (Foto: Victor Augusto)

Entre os dez médicos que chegam ao Acre, três são acreanos formados em outros países. O médico acreano formado na Espanha, Thiago das Neves Carvalho, retorna a Rio Branco depois de quase dez anos. Thiago é casado com uma acreana e tem duas filhas nascidas na Europa. Ele já morou em Cuba e Portugal. Agora, vai trabalhar na atenção básica de saúde de Rio Branco. “Minha intenção é  fazer o revalida e permanecer definitivamente aqui no estado, perto dos pais e da família”, disse.

A médica cubana Sônia Perez vai levar a medicina de Cuba, reconhecida internacionalmente, para populações indígenas do Acre (Foto: Victor Augusto)

A médica cubana Sônia Perez vai levar a medicina de Cuba, reconhecida internacionalmente, para populações indígenas do Acre (Foto: Victor Augusto)

Os acreanos trouxeram com eles os médicos estrangeiros vindos de Cuba, República Dominicana e Espanha. Diego Sanches, médico espanhol infectologista com 25 anos de experiência, já trabalhou nos Estados Unidos, Inglaterra, Irlanda e Itália. Sanches vai trabalhar na atenção básica de saúde da capital acreana. “Eu falo três línguas e o português será minha quarta língua. Farei o possível para me comunicar com a população. Não acredito que será um problema”, garantiu o médico espanhol.

Um dos maiores desafios enfrentados pelos profissionais do programa Mais Médicos será trabalhar em locais isolados ou de difícil acesso, como as comunidades indígenas, por exemplo. Sônia Perez é médica cubana, com 25 anos de experiência. Ela vai trabalhar no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alto Juruá. “Acredito que é muito importante começar a trabalhar para modificar os estilos de vida da população que levam às doenças, mas sempre respeitando as características locais, as tradições e os rituais de todos os povos. Nós, em Cuba, temos a medicina preventiva como a principal forma de promoção da Saúde”, disse.

Cadastro estadual de médicos

O governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), realizou um cadastro de médicos brasileiros formados em outros países que desejam trabalhar no Acre. Cerca de 400 médicos se inscreveram.

Na próxima semana, a secretária de Estado de Saúde, Suely Melo, representantes do governo do Estado e autoridades legislativas devem ir à Brasília, para buscar, junto ao Ministério da Saúde, a possibilidade de contratação dos médicos do cadastro estadual pelo programa Mais Médicos.

“Se conseguirmos contratar esses médicos, vamos elevar o índice de proporção de médicos por habitante e colocar o estado em uma situação de atendimento de saúde muito confortável”, disse Melo.

O que disseram

“Essa foi uma medida muito corajosa e muito acertada da nossa presidenta Dilma. Temos 4,5 mil municípios no país com muitas dificuldades por causa da falta de médicos e outras questões, como estrutura. Como muitos dizem: chegam médicos, mas não tem estrutura. É melhor ter médico sem estrutura ideal do que estrutura ideal sem médico”, disse o deputado federal Sibá Machado.

“Levar a atenção à saúde para as pessoas que mais precisam é um grande desafio. Esse programa Mais Médicos é um programa corajoso. Como a maioria dos médicos brasileiros não quer assumir ou participar, o governo federal se vê na situação de chamar médicos estrangeiros. E como se vê, os médicos estrangeiros estão atendendo ao convite da presidenta Dilma. Como o direito à saúde é um direito essencial da humanidade, nós temos o dever de garanti-lo”, disse o secretário de Estado de Direitos Humanos, Nilson Mourão.

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