Novas cores para a culinária acreana

Chef Ana Luiza Trajano apresenta cardápio elaborado com ingredientes do Acre

O cardápio foi apresentado aos acreanos na noite desta quarta-feira, 23, durante um jantar beneficente oferecido pela primeira-dama, Marlúcia Cândida (Sérgio Vale/Secom)
O cardápio foi apresentado aos acreanos na noite desta quarta-feira, 23, durante um jantar beneficente oferecido pela primeira-dama, Marlúcia Cândida (Sérgio Vale/Secom)
O cardápio foi apresentado aos acreanos na noite desta quarta-feira, 23, durante um jantar beneficente oferecido pela primeira-dama, Marlúcia Cândida (Sérgio Vale/Secom)

O cardápio foi apresentado aos acreanos na noite desta quarta-feira, 23, durante um jantar beneficente oferecido pela primeira-dama, Marlúcia Cândida (Sérgio Vale/Secom)

O melhor tempero da comida é a fome. Tirando isso, o amor. Com essa sabedoria simples e direta, Maria Barbosa Maia, 80, é  uma cozinheira de mão cheia. Uma das especialidades é a tartaruga da Amazônia, prato principal do almoço de domingo por 48 anos, tempo em que morou em Boca do Acre (AM) e servia a iguaria num restaurante. Os segredos do preparo ela ensinou à chef de cozinha Ana Luiza Trajano, do premiado restaurante Brasil a Gosto, na capital paulista.

Ana Luiza passou um período no Acre, a convite da primeira-dama Marlúcia Cândida, e aprendeu não só os temperos e os sabores da culinária acreana, mas a cultura, o modo de viver, de preparar os pratos e a história por trás de cada iguaria apreciada nas terras de Galvez. De seus mergulhos na gastronomia acreana, surgiu um cardápio que foi apresentado em São Paulo e será servido no restaurante Brasil a Gosto por três meses, dentro do projeto que desenvolve, batizado de Sabores do Brasil.

“A minha responsabilidade foi traduzir em receitas tudo o que aprendi nessas experiências que vivi aqui. Queria muito conhecer uma casa de farinha, a farinha de Cruzeiro do Sul é famosa no Brasil inteiro. Aprendi muito no Acre”, contou a chef Ana Luiza Trajano.

A etapa acreana do projeto Brasil a Gosto teve um toque diferente edições realizadas com a culinária de outros estados. “Conseguimos apresentar vários produtos acreanos, que ganharam uma embalagem especial, do Grupo Miragina. Aqui no Acre a gente consegue mobilizar facilmente as pessoas e pela primeira vez na história conseguimos levar produtos do estado apresentado. É um conhecer o estado de vocês, uma honra ter vivido um pouco da cultura, ter descoberto novos temperos e a forma em que são usados no dia a dia daqui”, disse a chef.

O cardápio foi apresentado aos acreanos na noite desta quarta-feira, 23, durante um jantar beneficente oferecido pela primeira-dama. Toda a renda será doada ao Cades, Central de Articulação de Entidades de Saúde.

 

Beléu com caldas de açaí, sorvete de banana-comprida e crocante de castanha do Brasil

Beléu com caldas de açaí, sorvete de banana-comprida e crocante de castanha do Brasil (Foto: Sèrgio Vale)

“Este é um presente para nossas entidades, uma ajuda que chega em boa hora, necessária, e que deixa os nossos corações muito felizes”, comentou a coordenadora do Cades, Elizama Lima.

Gastronomia, turismo, renda

Ana Luiza foi a primeira chef a visitar o Acre a convite da primeira-dama. Mas não será a única. O convite surgiu da parceria com Margot Botti e Rosa Morais, consultoras que entregaram ontem o projeto da Escola de Gastronomia e Hospitalidade, uma iniciativa de Marlúcia para formar mão de obra e tornar a culinária local uma referência gastronômica na Amazônia.

A proposta é que a escola forme não apenas novos chefs, segundo Margot Botti, mas que também possa atuar nas áreas de hospedagem, melhorando a qualidade dos serviços oferecidos no Acre.

 

Ana Luiza passou um período no Acre, a convite da primeira-dama Marlúcia Cândida, e aprendeu não só os temperos e os sabores da culinária acreana, mas a cultura, o modo de viver, de preparar os pratos e a história por trás de cada iguaria apreciada nas terras de Galvez (Sérgio Vale/Secom)

Ana Luiza passou um período no Acre, a convite da primeira-dama Marlúcia Cândida, e aprendeu não só os temperos e os sabores da culinária acreana, mas a cultura, o modo de viver, de preparar os pratos e a história por trás de cada iguaria apreciada nas terras de Galvez (Sérgio Vale/Secom)

“Esse é um projeto dos sonhos de todos, mas não é em todo canto que nós conseguimos fazer o que estamos fazendo aqui. O Acre está nas páginas nacionais da crítica gastronômica e os chefs querem vir aqui conhecer esses sabores”, disse Margot. A escola, que vai melhorar a gastronomia acreana e trazer à tona não só novos sabores, mas novas maneiras de preparar os ingredientes que dão cor a culinária do Acre, é também uma forma de movimentar a economia.

“O feijão de Taumaturgo, a farinha de Cruzeiro, o açaí, a tartaruga, o pirarucu, todos são ingredientes produzidos pela agricultura familiar, que já estão sendo vendidos em São Paulo e que vão nos ajudar a tornar a culinária acreana uma referência. As pessoas vão querer vir para cá não apenas para conhecer o Acre, mas para provar a comida que é preparada aqui”, disse a primeira-dama.

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