Consideramos necessário trazer esclarecimentos ao povo do Acre sobre o incêndio ocorrido na madrugada do último domingo, 4, que destruiu a casa da professora Florentina Esteves, uma das mais antigas de Rio Branco, situada no início da Rua 24 de Janeiro, no 2º Distrito – diante da cabeceira da Ponte Metálica -, causando profunda comoção em grande número de pessoas que já se manifestaram de diferentes maneiras e por diversos meios.
A casa possui enorme valor histórico, porque reúne todas as características da arquitetura tradicional que deu origem a capital. Razão pela qual, desde 2010, o Departamento de Patrimônio Histórico e Cultural da Fundação Elias Mansour (FEM) abriu processo de tombamento deste bem, já que considera fundamental a sua preservação para a memória e a história do Acre. O ato de tombamento do imóvel ocorreu, efetivamente, no dia 2 de julho deste ano pelo Conselho de Patrimônio Histórico e Cultural do Estado.
Infelizmente, este importante bem cultural foi quase que completamente arruinado, o que exigiu das instituições responsáveis uma completa averiguação sobre as circunstâncias em que o sinistro aconteceu, além da definição e a execução das medidas legais cabíveis neste caso, bem como das demais providências que estão sendo tomadas para garantir a recuperação deste bem tombado.
Para tanto, foi registrada uma ocorrência na Polícia Civil, que já realizou perícia no local do incêndio – ainda na madrugada de domingo – e que houve reunião com representantes de todos os órgãos de preservação do nosso patrimônio, na manhã da última segunda-feira, 6, nas três esferas do governo: Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM) e Fundação Municipal de Cultura Garibaldi Brasil (FGB).
Estas instituições, então, reassumiram o compromisso de acompanhar todo o processo de investigação e ainda responsabilizar os culpados, caso seja comprovado que houve participação criminosa. Ratificamos que, não vamos permitir que o povo acreano perca este, que é um dos bem culturais mais importantes da nossa história, e que faremos o esforço necessário para reconstruir o que foi destruído pelo fogo, preservando todas as características originais da casa.
Francisco Pereira de Souza
Diretor-presidente, em exercício, da FEM
