No Juruá, Idaf reforça combate à monilíase com capacitação sobre técnicas de segurança no trabalho de poda em árvores

O governo do Estado, por meio do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), em parceria com o 4º Batalhão de Educação, Proteção Ambiental e Combate a Incêndio (BEPCIF), reforçou nesta sexta-feira, 22, em Cruzeiro do Sul, as ações de controle e erradicação da monilíase – doença causada pelo fungo Moniliophthora roreri, que afeta as plantações de cacau e cupuaçu – com uma capacitação sobre segurança no trabalho, com ênfase em técnicas de poda em árvores.

União de esforços para erradicar a monilíase no Juruá. Foto: Marcos Santos/Secom

Pela segunda vez, a iniciativa, que é destinada a técnicos, engenheiros agrônomos e florestais, além de funcionários de empresa terceirizada contratada pelo Idaf para a realização da poda fitossanitária, acontece na região com abordagem das técnicas de trabalho realizado em altura, do corte e funcionamento de máquinas, e dos riscos que a prática oferece.

“A capacitação foi ministrada em 2023, e estamos reforçando-a aos que já haviam participado e ofertando-a aos novos componentes da força-tarefa destinada ao combate à praga. Como existe uma rotatividade de técnicos e engenheiros na equipe, aproveitamos para capacitá-los, pois são eles que acompanharão o trabalho de poda das árvores”, explica Altemar de Lima, responsável pelo Programa Estadual de Controle e Erradicação da Monilíase no Vale do Juruá.

Altemar: “A capacitação fornece instrumentos para que o trabalho de poda fitossanitária seja feito de modo seguro”. Foto: Marcos Santos/Secom

Altemar reforça que a promoção de conhecimento norteia os profissionais quanto à forma adequada de execução da poda, que é o principal instrumento utilizado pelo Estado no enfrentamento à monilíase na segunda maior e mais populosa região acreana.

“Os profissionais precisam de boas instruções sobre o serviço realizado, de modo que possam compartilhar a melhor maneira de realizar a poda em árvores. O fato do fungo ter sido encontrado em áreas urbanas da região, em que as propriedades se localizam umas próximas às outras e os terrenos são curtos, fez com a gente se municiasse de técnicas que permitam a intervenção sem que haja prejuízos aos proprietários das terras”, destacou.

Instruções sendo repassadas pelo Corpo de Bombeiros às equipes que realizam a poda das árvores que possuem frutos infectados com a monilíase. Foto: Marcos Santos/Secom

“Realizar a poda em árvores não é um serviço simples. Nossa iniciativa tem o objetivo de fornecer aos profissionais as técnicas que permitirão a execução da poda com segurança”, acrescenta Giliarde Silva, sargento do Corpo de Bombeiros e ministrante da capacitação.

Poda enche de vida o cupuaçuzeiro e o cacaueiro

Ângela da Silva recebeu com satisfação as equipes que realizaram a capacitação e a poda de cupuaçuzeiro em sua propriedade, que fica localizada no Bairro Remanso, na zona urbana de Cruzeiro do Sul.

Poda fitossanitária é o método mais eficaz de combate à praga, até o momento. Foto: Marcos Santos/Secom

A dona de casa destaca que abraçar o trabalho realizado pelo Estado é fundamental, sobretudo quando se leva em consideração a qualidade de vida das próximas gerações: “É uma forma de pensar nas futuras gerações. Eu sei que estou dando exemplo aos vizinhos e demais moradores da cidade ao permitir que árvores da minha propriedade recebam o tratamento, pois a poda evita a morte das plantações e, com o tempo, deixa o cupuaçuzeiro e o cacaueiro cheios de vida”.

Dona Ângela: “A poda deixa o cupuaçuzeiro cheio de vida”. Foto: Marcos Santos/Secom

O cupuaçu faz parte da culinária tradicional do Acre e sua popularidade é responsável por gerar renda a pequenos e médios produtores. O fruto adoecido gera um impacto significativo na economia do estado.

Combate à monilíase: 11 mil árvores podadas e 45 mil frutos adoecidos coletados

Desde julho de 2021, as ações do governo do Acre para erradicar a monilíase se concentram no Vale do Juruá, a primeira região do país a registrar focos da doença. Três anos depois, o enfrentamento feito em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) registra mais de 11 mil árvores podadas e 45 mil frutos adoecidos coletados e, consequentemente, levados para aterros sanitários, numa parceira com a equipe de limpeza das prefeituras locais.

Sinais de ataque da praga: verrugas e uma mancha branca na casca dos frutos. Foto: Erisney Mesquita/Secom

Outras medidas cruciais para o sucesso da força-tarefa, como a declaração do estado de emergência fitossanitária, a criação de barreiras sanitárias, os treinamentos de agentes de saúde, além da realização de um dia de combate à doença, têm orientado a população a como intervir diante de possíveis casos da doença que destrói o fruto, dizima as lavouras e é disseminado facilmente pelo homem, por meio de roupas, ferramentas e sementes contaminadas, além de práticas inadequadas de manejo dos frutos e da ação do vento, que conduz os esporos secos a quilômetros de distância.

Idaf também realiza ações educativas e preventivas na zona rural. Foto: Marcos Santos/Secom

A última portaria divulgada pelo Mapa, em 2022, manteve os municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Marechal Thaumaturgo e Porto Walter como área sob quarentena para a praga. “Desses municípios podem sair somente a polpa do cupuaçu. Está proibido o transporte de amêndoas de cacau e restos vegetais”, lembra Altermar.

Primeiro foco da monilíase na zona rural de Cruzeiro do Sul

O governo, por meio do Idaf, identificou nesta quinta-feira, 21, o primeiro foco do fungo na zona rural de Cruzeiro do Sul. A área fica localizada no Polo Agroflorestal do município.

Estado já começou a intervenção na área rural com foco da doença. Foto: Marcos Santos/Secom

Segundo o Idaf, uma visita foi feita ao local e, posteriormente, será realizado trabalho de erradicação da praga. “É uma área considerada pequena e, nos próximos dias, serão desenvolvidos os trabalhos de poda sanitária na área, pois o fungo se alimenta do fruto. Foi feita a visita, quando delimitamos a área para evitar a passagem de pessoas e animais e, consequentemente, o transporte do fungo para outros locais”, esclareceu Altemar.

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