Em uma união das forças nacionais, o Acre sedia no próximo dia 27 o Encontro de Governadores do Brasil pela Segurança Pública e Controle das Fronteiras – Narcotráfico, uma emergência nacional.

“O Brasil vive o mais grave momento de violência. Os índices crescem a cada ano e a razão de tudo isso é o narcotráfico e o tráfico de armas. Temos um cenário com 93% das drogas sendo produzido na Bolívia e Peru. As armas vêm dos Estados Unidos e da China e a rota é, sobretudo, pela Bolívia e Peru. Temos que dar um basta nisso”, afirma o governador Tião Viana.

Este é o motivo principal do governador acreano ter proposto a realização, em caráter emergencial, desse encontro. Já foi articulada a presença dos seguintes poderes e instituições: Presidência da República, ministérios da  Integração, Defesa, Meio Ambiente e Justiça, Procuradoria-Geral da República, Superior Tribunal Federal, Senado e Câmara Federal, Colegiado de Procuradores Gerais do Brasil, Conselho dos Tribunais de Justiça do Brasil, embaixadores e governadores da Bolívia, Peru e Colômbia, Comando Militar da Amazônia e Comando do Exército Brasileiro.

Em agosto, o governador Tião Viana se reuniu com o presidente Michel Temer para definir ações de segurança no estado (Foto: Alan Santos/Presidência da República)

Enfrentamento da violência

Em todas suas conversas de convite para o evento, como também em todos os momentos de enfrentamento de crises de segurança no estado, o governador Tião Viana tem apontado o caminho da união. Com a história sempre em mente, ele explica por que fazer o enfrentamento da atual situação de forma emergencial.

“O Brasil já foi o 101° no consumo de drogas do mundo, e hoje é o segundo. Isso mostra o avanço desse mal que está destruindo gerações inteiras e ameaçando o futuro nacional. Existe um crescimento consequente nos territórios dominados por grupos criminosos. Na Colômbia dos anos 1980, foi investido mais de US$ 1 trilhão para combater o mal semelhante”, explica Viana.

Ele complementa o relato: “Só a união de forças entre Estados e governo federal pode gerar uma luta eficiente”. Como exemplo, cita os valores investidos na segurança pública. “Enquanto os governos da Amazônia gastam R$ 10 bilhões por ano nesse enfrentamento, o governo federal investe R$ 8 bilhões em todo país”, argumenta.

Segundo o Instituto Igarapé, do Rio de Janeiro, são registradas em média 60 mil mortes por ano no Brasil. E para Viana, uma das mais graves expressões desses dados está “na desordem e descontrole dos presídios”. Apenas seis estados instalaram bloqueadores de celulares, e alguns não conseguem fazer esse enfrentamento direto contra os grupos criminosos que ocupam as celas.

Cooperação contra o crime

Como resultado desse encontro para combater o mal do narcotráfico e a fragilidade das fronteiras, Viana espera que seja criado o Sistema Nacional de Segurança Pública, com um fundo nacional de financiamento. Isso seria nos moldes que se verifica com os sistemas de Saúde e Educação.

“Temos que sair com um alinhamento para que se caminhe na mesma direção, com uma força-tarefa nacional integrada contra o narcotráfico. Junto disso, um pacto com os países vizinhos”, afirmou o governador.

Além disso, é esperado que seja construído um planejamento emergencial de ações nas fronteiras, utilizando a inteligência das policias dos estados e do governo federal e as Forças Armadas.

Liderança

Desde o primeiro Fórum de Governadores da Amazônia Legal deste ano, Viana levanta a urgência de haver uma união nacional e efetiva contra o narcotráfico. Com a realização do fórum em Rio Branco, nos dias 26 e 27 de outubro, o governador propôs a ampliação do debate para o âmbito nacional e internacional.

Com o apoio dos governadores da Amazônia, Viana começou a caminhada para o convite das partes e para a construção do evento. O presidente da República, Michel Temer, em uma audiência com o governador Tião Viana, no dia 22 de agosto, foi o primeiro a concordar com a proposta do evento e confirmou participação.

Já no dia 20 de setembro, Tião Viana, acompanhado do governador do Piauí, Wellington Dias, levou pessoalmente o convite à presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, ao presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira, e também ao presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia. Os representantes dos três poderes confirmaram presença.