Nilson Mendes: “A Biblioteca da Floresta é a memória da nossa luta”

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Nilson (esquerda) foi apresentado à exposição sobre Chico Mendes pelo diretor da Biblioteca da Floresta, Marcos Afonso (Foto: Leandro Chaves)

Em visita à Biblioteca da Floresta na tarde da última quarta-feira, 18, o ambientalista Nilson Mendes, primo de Chico Mendes, não escondeu sua emoção ao conhecer a recém-inaugurada ambientação no térreo da instituição, em alusão ao líder seringueiro assassinado há 25 anos.

“Essa biblioteca é especial, considero a minha casa, pois ela traz toda a memória da nossa luta”, disse o ativista, ao ver o enorme painel ilustrado com a imagem da pequena residência onde cresceu, no Seringal Cachoeira, em Xapuri, a quase 200 quilômetros de Rio Branco. A histórica fotografia mostra uma reunião de trabalhadores rurais, liderada por Chico Mendes, dias antes do mais importante empate do movimento de seringueiros, em maio de 1988.

Nilson Mendes também teve a oportunidade de conhecer um dos espaços mais especiais da biblioteca, a Casa do Seringueiro. O primeiro contato com o local arrancou do ativista uma atípica gargalhada. “É desse jeito que se vive na floresta”, declarou.

Nilson é amigo do Vinícius Dônola (direita) e veio a Rio Branco participar do lançamento do livro "Histórias do Pequeno CO2" (Foto: Leandro Chaves)
Nilson é amigo do Vinícius Dônola (direita) e veio a Rio Branco participar do lançamento do livro “Histórias do Pequeno CO2” (Foto: Leandro Chaves)

Nilson deixou sua singela casa ecológica no seringal e veio para a capital visitar a exposição da Biblioteca da Floresta e participar, à noite, do lançamento do livro “Histórias do Pequeno CO2”, do jornalista Vinícius Dônola. Nilson e o repórter se tornaram amigos após Dônola visitar o Seringal Cachoeira para uma série de reportagens especiais para a TV Record, veiculadas este ano. Meses depois, Vinícius retornou à floresta na 7ª Imersão ao Nosso Tempo e Espaço Originais, uma ação da biblioteca, e estreitou ainda mais os laços com o ex-seringueiro.

Nilson Mendes participou, quando jovem, do movimento dos seringueiros de Xapuri contra o desmatamento. Ele é filho da matriarca do Seringal Cachoeira, Cecília Mendes, que faleceu no início do ano. Profundo conhecedor da mata, o ex-seringueiro é chamado de “doutor da floresta” e hoje trabalha como guia de trilhas na pousada ecológica do seringal, onde ensina aos visitantes tudo o que aprendeu em pouco mais de 50 anos de convívio com a natureza.

 

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