A diretoria executiva da Natex, indústria de preservativos masculinos de Xapuri, reuniu nesta sexta-feira, 13, todos os colaboradores da indústria para realizar um ato de compartilhamento do prêmio Finep de Inovação Tecnológica na categoria “Tecnologia Social”, conquistado no último dia 4, anunciado no Palácio do Planalto, em Brasília.
A Natex, que já havia conquistado a etapa regional em outubro deste ano, dessa vez, nacionalmente, recebeu a quantia de R$ 200 mil como prêmio e incentivo para o desenvolvimento de tecnologias que abrangem a sustentabilidade e o desenvolvimento social, e um troféu simbolizando o trunfo.
Segundo a diretora Executiva Dirlei Bersh, dividir esse momento com todos os empregados é uma questão de valorização do esforço de cada um. “Nós trabalhamos com um sistema rigoroso de qualidade e exige muita responsabilidade de cada indivíduo inserido desde o início da produção, por isso, eles são merecedores desse prêmio”, explica a diretora.
Ela ainda afirma que a fábrica mudou a realidade de Xapuri em vários âmbitos. “A economia de Xapuri e a qualidade de vida das pessoas que aqui vivem sofreram um grande avanço com essa indústria, dando a muitos a possibilidade de crescer, pois os treinamentos e cursos aqui implantados não servem apenas para os serviços desempenhados aqui, mas para o resto da vida, preparando-os para qualquer outra indústria”, completou Bersh.
Ao todo, 170 empregos diretos são gerados pela fábrica e 700 famílias extrativistas de látex são beneficiadas, incrementando R$ 2 milhões na economia da borracha e 100 milhões de camisinhas produzidas por ano.
Gevandro, um “seringueiro moderno”
Gevandro dos Santos Dioclécio, 37, há cinco trabalha na Natex. Ele veio morar na cidade quando tinha 31 anos, com o anseio de trabalhar no comércio e em lojas. Para ele, trabalhar numa empresa grande como essa era apenas um sonho. Ele foi escolhido para representar todos os extrativistas e colaboradores da fábrica para falar aos presentes no ato de entrega do prêmio em Brasília. “Eu tenho orgulho de ter ido ao evento, e nunca tinha imaginado ir a Brasília. Foi um orgulho receber um prêmio tão importante e ser escolhido para representar toda a equipe. Este prêmio é um incentivo para mim e todos que aqui trabalham” disse.
Muito mais do que um colaborador, Gevandro ainda disse que continua sendo um seringueiro. “Eu me considero um seringueiro moderno, pois até hoje minha família continua na extração do látex, e hoje tenho uma expectativa de melhoria de vida, de aumentar minha casa e continuar estudando.”
Sua família trabalha num seringal na colocação São Francisco do Espalha, distante 170 quilômetros de Xapuri. Segundo ele, todos também pensam em ampliar os negócios e mudar de vida, diferentemente de seu avô. “Na época do meu avô, que cortou seringa até os 70 anos, só se pensava em extrair o látex. Hoje, podemos pensar em ter nossos bens, estudar, construir, e não ficar parado no tempo, por isso me considero um seringueiro moderno”, avalia.
Dirlei Bersh, concluiu o evento dizendo que o prêmio será investido numa área de convivência na fábrica para que pudessem aumentar a produtividade sem stress, e maior conforto na troca de turnos.
