Na guerra contra a dengue, Barral y Barral cria excelência no atendimento

Prefeito e secretário visitam unidade que criou fluxo diferenciado, funciona 24 horas e emite exames em 15 minutos. Mesmo enfrentando situação difícil, usuários aprovam sistema

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Prefeito Raimundo Angelim e secretário de Saúde do município fazem visita ao centro de saúde Barral y Barral e conversam com pacientes e funcionários (Foto: Adonay Melo)

O Centro de Saúde Barral y Barral tem sido um dos mais eficientes equipamentos na guerra contra a dengue em Rio Branco. Em média, a unidade realiza 350 notificações ao dia, sendo que 60% dos exames dão resultado positivo para a doença, que se não for tratada adequadamente pode levar à morte.

O Barral y Barral foi visitado pelo prefeito Raimundo Angelim no fim da tarde desta terça-feira, 4. Acompanhado do novo secretário de Saúde da Prefeitura, Osvaldo Leal, o prefeito constatou que o atendimento é bom e que os usuários, mesmo enfrentando uma doença cruel, demonstram satisfação pela rapidez no acolhimento e na realização de consultas médicas e exames laboratoriais. “No ano passado eram três médicos e este ano são cinco profissionais atendendo neste centro, que funciona 24 horas ao dia”, disse o secretário Osvaldo Leal.

Como em 2010, o Barral Y Barral dedica-se prioritariamente ao atendimento dos casos suspeitos de dengue e serve como referência para a atenção básica na capital. Este ano, contudo, há o diferencial do fluxo de acolhimento: cadeiras em três cores diferentes e inscrição do setor que o paciente se encontra naquele momento permitem identificação rápida e encaminhamento objetivo e preciso do caso. Somando-se ao empenho de toda a equipe, o sistema possibilita amenizar de forma digna o período de sofrimento dos pacientes. “Eles estão muito bem preparados”, afirmou a assistente social Taisa, acompanhante do pai, o tratorista João Ademar, internado no Barral Y Barral para hidratação.

A dengue é uma doença infecciosa transmitida através do mosquito Aedes aegypti infectado pelo vírus. Atualmente, é considerada um dos principais problemas de saúde pública de todo o mundo. Em Rio Branco, Governo e Prefeitura deflagraram a maior mobilização dos últimos anos para enfrentar a doença. Sem o envolvimento da população, no entanto, o trabalho pode não ser bem-sucedido.  É importantíssimo que os moradores cuidem de seus quintais para eliminar possíveis criatórios do mosquito, além de adotar todas as medidas apontadas pelos agentes de saúde. Na capital, são 600 homens e mulheres que já estão nas ruas para combater os focos do Aedes e prestar esclarecimentos sobre a dengue.

Na guerra contra a doença o Barral Y Barral conta com laboratório de análises clínicas, enfermaria e sala de estabilização. Médicos, biomédicos, enfermeiros e técnicos estão prontos para prestar o melhor serviço. “Este é o padrão que temos de ter nos centros”, disse o prefeito Raimundo Angelim, que percorreu todos os ambientes da unidade, conversando com servidores, médicos e pacientes.

O transmissor da doença prolifera-se dentro ou nas proximidades de habitações (casas, apartamentos, hotéis) em qualquer  local  de acúmulo de água limpa (caixas d’água, cisternas, latas, pneus, cacos de vidro, vasos de plantas e até mesmo em cascas de ovos).  A transmissão da dengue é mais comum em cidades, mas também pode ocorrer em áreas rurais.

Personagens de uma luta coletiva

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A cozinheira Alzenira Dias prepara a alimentação dos pacientes há 18 anos (Foto: Adonay Melo)

Para manter o mosquito longe, é necessária a participação de todos.  A dona de casa Maria Ene da Silva, de 54 anos, foi internada no Barral Y Barral nesta terça-feira, 4, e reclama que seu vizinho deixa o tanque de água destampado o tempo todo: “Eu cuido do meu quintal, é tudo limpinho lá. Os outros têm de fazer a parte deles”, diz Maria Ene, que mora no bairro Seis de Agosto.

Já a técnica em enfermagem Charlene Gomes de Farias recebeu alta praticamente junto com a internação de Maria Ene. Estava internada desde segunda-feira, 3, e foi liberada ás 18h30 de terça-feira para continuar o tratamento em casa. 

De seu lado, a cozinheira Alzenira Dias é uma das mais populares servidoras do Barral. Há 18 anos preparando a alimentação dos pacientes, ela é sinônimo de alegria, prazer no trabalho e responsabilidade com o usuário. “Eu insisto, converso com eles para vê-los se alimentando. Eles precisam. Tenho o maior prazer de cuidar deles”, conta ela, que serve diariamente iguarias conhecidas por "dar sustança", como sopinhas, mingau, caldo de caridade e muito mais.

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