Música que muda vidas: o Acre tem! – artigo

“A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição”. Essa frase de Aristóteles talvez seja uma das mais perfeitas traduções do que representa a música em nossas vidas.

Considero essa a arte que mais facilmente toca nossa alma, nos fazendo sorrir, gargalhar, chorar, nos levando a lembranças que permitem uma viagem ao passado, nos fazendo sentir com mais força o presente e até mesmo nos permitindo um passeio ao futuro para o qual nossa imaginação consegue dar vida, cor e som.

E nesse contexto o trabalho desta semana se iniciou com uma grata surpresa. Apesar de eu já ter estado ali em outras situações e ver com frequência fotos e vídeos, entrar na Escola de Música do Acre, criada e mantida pelo governo do Estado, foi ir ao encontro de sonhadores cheios de garra e vontade que buscam com todo ânimo possível satisfazer seus anseios. Ali, encontram uma mão estendida para o que almejam. Sem nenhum custo, abraçam e mergulham nesse universo que vai da música clássica, aprendendo obras de Mozart, Beethoven, passando pelo rock, que ganhou o mundo com canções dos Beatles, ao popular, que mergulha no baião, xote e xaxado, entre outros.

Estive por menos de uma hora ali, vi a orquestra, alunos dominando diversos instrumentos e isso foi o suficiente para me emocionar. Um sentimento cheio de orgulho em ver que no nosso estado um lugar como esse transforma vidas.

A Escola de Música do Acre é um grande exemplo de gestão pública que dá à sociedade oportunidades. E os acreanos, sejam de nascimento ou coração, que ali estão também respondem com outro bom exemplo, o de quem sabe abraçar a chance. E olha que a seleção ali não é brincadeira, pois a demanda é grande.

Hoje a escola conta com 16 professores e vai atender, este ano, cerca de 250 alunos, com a possibilidade do número aumentar. Só no ano passado foram 53 formandos e logo mais 69 adolescentes e jovens se formam. Nos últimos quatro anos foram mais de 300 alunos que aprenderam a beleza e técnica da música. E para tentar suprir a grande demanda, a escola também realiza diversas atividades de extensão nas comunidades, nas quais mais de cinco mil pessoas já participaram.

São aulas de guitarra, violão, piano, contrabaixo, bateria, canto, flauta doce, violino, violoncelo e outros. E o mais sensacional é que dali ótimos frutos já estão sendo colhidos, pois a escola mantém trabalhos permanentes, como a Orquestra de Coro da escola, que tem 44 membros, um grupo de flauta doce, um grupo de guitarra, e uma big band.

Com o início de seus trabalhos em 2011, a escola foi criada e regulamentada. O que permite que ela tenha plano político-pedagógico, plano de desenvolvimento institucional, regimento interno, ser credenciada no Conselho Estadual de Educação, e tudo isso a habilita a certificar quem estuda e se forma nela, afinal, são oito horas de aulas semanais, e muito bem aproveitadas, segundo o diretor Dircinei Souza.

Outro ponto muito interessante é que a escola está diretamente ligada à Fundação de Cultura Elias Mansour, coordenada hoje pela diretora-presidente Karla Martins, e também à Secretaria de Estado de Educação, gerida pelo professor Marcos Brandão. Afinal, uma escola ligada à educação e à cultura permite uma atuação com mais transversalidade.

Mas o meu registro de todo esse trabalho realizado aqui, nesse cantinho da Amazônia, é pela alegria em ver efeitos tão positivos na vida dessas pessoas. Efeitos embalados e regidos pela música.

*Jornalista, secretária de Estado de Comunicação do Acre

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