No ano de 1985, ingressaram nas fileiras da corporação as primeiras seis mulheres da história da Polícia Militar do Acre (Pmac): as alunas-sargento Margarete de Oliveira, Maria Aniceta Nunes, Débora Morais, Maria Ozenir Justo, Maria Luíza Gomes e Miscilene Neri. Nesta semana, elas completam trinta anos da presença feminina na corporação.
Durante a capacitação, elas não foram poupadas. Tiveram que desempenhar as mesmas atividades que os candidatos masculinos – cerca de 30 homens -, inclusive o estágio de sobrevivência na selva. Devido à rigorosa carga física exigida no Curso de Formação de Sargentos (CFS), a aluna-sargento Miscilene optou por desistir.
Inicialmente, o trabalho das policiais era mais voltado para os menores de idade, mulheres e idosos, o que configurava uma função mais próxima da assistência social.
Em 1990, a partir da criação da Companhia de Polícia Militar Feminina (Cia PM Fem), essa realidade começou a mudar, com o emprego das mulheres em algumas atividades operacionais.
Um quartel só para mulheres
A Companhia de Polícia Militar Feminina (Cia PM Fem) veio suprir um dos maiores anseios das integrantes da Polícia Militar do Acre. A legalização teve o apoio da então governadora do Acre, Iolanda Fleming.
Em 1996, foi inaugurado o quartel da Cia PM Fem. De acordo com a coronel Margarete de Oliveira, à época comandante da Companhia, a construção do prédio só foi possível graças ao empenho das policiais, que arrecadavam dinheiro por meio de rifas, bingos e outros eventos.
Com o fim da Cia PM Fem, em 1998, devido à unificação dos quadros (masculino e feminino), as mulheres, antes discriminadas em relação às funções exercidas, foram empregadas nos mais variados tipos de policiamento, nos quais as 206 policiais atualmente existentes na corporação permanecem atuando até os dias de hoje.
“Hoje nós temos policiais femininas em todos os batalhões, como o de Operações Especiais (Bope), Polícia Ambiental e Assessoria de Inteligência. E seus comandantes não querem perdê-las, porque elas prestam um serviço de qualidade”, declara a coronel Aniceta Nunes, atual corregedora da Polícia Militar.