Propostas discutidas e aprovadas serão levadas à conferência nacional em Brasília
Os sons do piano, tambor, chocalho, maracas e agogô se misturaram à voz de Verônica Padrão para apresentar o Hino Acreano à plateia, formada em sua maioria por saltos altos e sapatilhas, na abertura da 3ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres.
O governador Tião Viana, o senador Jorge Viana e a secretária adjunta de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Rosana Ramos, assistiam ao espetáculo na primeira, fila enquanto as artistas faziam o seu show.
Na plateia da conferência, secretárias de Estado, juízas, advogadas, políticas e médicas, ao lado de professoras, sindicalistas, ativistas, trabalhadores rurais, parteiras. Todas, independentemente de religião, orientação sexual, idade ou beleza, estavam juntas pelos mesmos objetivos, àqueles aos quais a presidente Dilma Rousseff se referiu ao, historicamente, ser a primeira mulher a abrir uma Assembleia Geral das Nações Unidas: igualdade de oportunidades neste século das mulheres.
“Nesse processo das conferências, despertamos sonhos e esperanças em 364.929 mulheres acreanas, segundo os dados do IBGE 2010. E levamos a elas o compromisso e a mão estendida do governo do Estado. Essas propostas que construiremos aqui farão parte de um documento que será defendido em Brasília, e o que desejamos é que nesses dois dias de encontro possamos ter propostas concretas sobre o que pensamos e queremos”, disse a secretária de Polícias para Mulheres, Concita Maia.
Para Rosana Ramos, as conferências são um momento de diálogo entre a sociedade civil e o poder público “Este é um momento rico, e ver este auditório lotado, para mim, confirma o que a presidente Dilma falou em seu discurso à ONU: este é o século das mulheres. Não é pouca coisa o que estamos fazendo”, comentou.
O senador Jorge Viana também fez menção ao discurso histórico da primeira mulher a abrir uma conferência da ONU, uma brasileira, presidente do Brasil. “Isso é histórico e nos mostra o quanto avançamos. O presidente Lula poderia ter indicado qualquer pessoa para disputar a Presidência. Ele indicou uma mulher. O Brasil vive um momento muito especial. É hora de fazer o que o Tião está fazendo aqui, que é consolidar as questões de gênero e a valorização das mulheres”, disse, colocando o mandato à disposição do movimento e a favor das lutas femininas.
O governador Tião Viana fez um discurso descontraído e preocupado ao mesmo tempo. Ao passo em que brincou com a rosa de tecido que botou no peito, símbolo da conferência, e com a suposta "saia justa" que a vereadora Ariany Cadaxo o teria colocado, falando sobre a licença-maternidade de 180 dias, ele disse que sofre profundamente ao visitar a ala feminina do presídio e ver que as situações daquelas mulheres poderia ter sido evitada.
“A sociedade erra no tratamento com a vida. Poderíamos prevenir, trabalhar, construir a sociedade de outra forma. Quando abro o jornal e vejo maus-tratos com as crianças, indução às drogas, por exemplo. A nossa caminhada só vai ser vencida quando respirarmos a democracia todos os dias, em todas as nossas ações, em todos os níveis. Venho aqui a esta conferência dizer a vocês que a agenda das mulheres é a agenda do governo”, finalizou.
Sobre a licença-maternidade de 180 dias o governador Tião Viana disse ser defensor, ainda no Senado, e que este já é um compromisso assumido, por ele e pela primeira-dama, Marlúcia Cândida, que, por causa de agenda fora do Estado, não pôde participar, sendo representada pela vice primeira-dama, Vanusa Messias.
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