“Muçulmano de verdade não carrega armas. Islã é paz, tolerância e respeito”, disse o sheik (sacerdote maometano) Moussa Faye, senegalês, na manhã desta sexta, 25, na reunião do Instituto Ecumênico Fé e Política (IEFP) para debater o islamismo, na Biblioteca Pública de Rio Branco.
Uma das queixas frequentes dos muçulmanos, também surgida na conversa, é a de serem tratados como terroristas ou apoiadores de atos de terrorismo. “Não se pode julgar a árvore por um fruto podre”, argumentou Rogério Constantino, que se tornou seguidor do profeta Maomé há cinco anos e mora em Rio Branco. Como ele, também Isaura Ferraz, que falou, no encontro, sobre sua experiência religiosa.
Na capital acreana, estima-se que vivam 16 maometanos, além de muitos imigrantes africanos, seguidores da denominação, que estão em passagem pelo abrigo coordenado pela Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), na Chácara Aliança, na capital.
“Vejo o encontro como excelente. Ficou esclarecido que os fundamentalistas pertencem a grupos sectários e menores. Neste mundo onde há tanto preconceito, o instituto cultiva a cultura de paz e de acolhimento”, disse Manoel Pacífico da Costa, secretário-geral do Instituto Ecumênico.
Ainda, durante o evento, o titular da Sejudh, Nilson Mourão, pediu que os presentes se voltassem a Meca e fizessem um minuto de silêncio em memória das mais de 700 pessoas morreram em um tumulto, esta semana, durante a peregrinação dos muçulmanos à Meca, na Arábia Saudita.