Movimento de militares é desnecessário e injusto, de acordo com o comandante da corporação

Manifestação realizada nesta quarta-feira, 4, não afetou o trabalho da PM

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O comando-geral da Polícia Militar do Acre qualificou como "insensato e desnecessário" o movimento que uma pequena parte da corporação preparou para esta quarta-feira, 4. De acordo com o coronel José dos Reis Anastácio, comandante da PM, o governo tem se colocado aberto ao diálogo e já na próxima segunda-feira, 9, a equipe econômica vai se reunir com a categoria para discutir o reajuste salarial, a principal reivindicação.

“No dia 25 de março, o governador Tião Viana convidou o comando da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, e todos os comandantes de regionais, para uma conversa franca e um momento histórico, num bate-papo que antecedeu as negociações salariais. Essa tem sido uma das características do governo: o diálogo baseado na transparência. Em nenhum momento os canais de comunicação foram fechados. Muito pelo contrário, diante dessa receptividade do governo do Estado, consideramos esse movimento como de conotação política e que em nada atende aos interesses da classe”, declarou.

Ainda de acordo com o coronel Anastácio, a adesão ao movimento não vai afetar o trabalho da Polícia Militar. “Todos os militares plantonistas estão no trabalho e entendem o esforço que o governo tem feito para atender a classe. Esse protesto de uma pequena ala é desnecessário, insensato e injusto”, classifica.

O comandante falou também sobre as melhorias que o governador já autorizou na estrutura física da PM e a disponibilidade em conhecer os problemas e buscar resolvê-los. Exemplo disso são as reformas e construção de quartéis, além da autorização dada pelo governador Tião Viana para a contratação de 143 policiais militares. Serão convocados os candidatos aprovados no último concurso e que integram o cadastro de reserva. Também foi autorizado concurso para o Corpo de Bombeiros e o edital deve sair ainda neste semestre.

Durante reunião realizada no Theatro Hélio Melo no dia 25 de março, o secretário de Fazenda, Mâncio Lima Cordeiro, apresentou alguns números que mostram o esforço do governo do Estado em valorizar a categoria militar. Em janeiro de 1999, um coronel da PM ganhava R$ 3.336 mil, e um soldado recebia um salário de R$ 650. Em dezembro do ano passado, 12 anos após a Frente Popular assumir a gestão estadual, um coronel recebia R$ 10.415 mil e um soldado em fase inicial de carreira, R$ 2.063 mil.

Houve crescimento de 212% no salário da patente mais alta e de 277% nos rendimentos de um soldado. Todos os níveis hierárquicos da carreira militar foram contemplados com reajustes que representam um ganho real de 42 a 44% nos salários.

Outro fato destacado pelo subcomandante da PM, coronel Paulo Cézar, e que foi bem aceito pela categoria, é a valorização da hierarquia, que contribui para dar credibilidade ao comando e ao governo. “O tratamento institucional é entre Estado e comando. Isso nos dá credibilidade, confiabilidade. Acreditamos que, numa negociação na qual haja compreensão dos dois lados, os assuntos serão resolvidos da melhor maneira possível”, avalia.

“As negociações já foram iniciadas e o comando já recebeu uma pauta de reivindicações que contém, inclusive, uma tabela de melhorias salariais elaboradas pela associação que representa os militares. Na próxima segunda-feira, 9, o governo anuncia o calendário, e na quarta, 11, os militares serão os primeiros a serem acompanhados nesse processo”, disse o tenente-coronel Edvaldo Tavares.

Melhorias

Entre as melhorias que o governador Tião Viana e sua equipe de governo estão estudando está uma escola para filhos de militares.Outra melhoria que está em estudo é a oferta de um melhor atendimento odontológico através da Policlínica, com inclusão também de tratamentos ortodônticos que contemplem a família do militar.

Preocupação com os inativos

Em 1999, foram gastos R$ 40 milhões com o pagamento de pessoas que ocupavam postos ativos na PM e no Corpo de Bombeiros. No ano passado o mesmo gasto havia saltado para R$ 128 milhões, um crescimento que vai muito além da reposição inflacionária do período.

Uma das preocupações do governador Tião Viana diz respeito à folha de pagamento dos inativos, que vem crescendo mais do que os gastos com ativos. Em 2007 foram R$ 14 milhões e em 2010, R$ 55 milhões. “O recurso arrecadado entre o governo do Estado e a categoria para o fundo de pensão não cobre o gasto com a folha de pagamento. Em 2011 há um déficit previsto de R$ 38 milhões, que terá de sair da conta do Tesouro estadual. O governo vai ter que cobrir esse gasto”, explicou o secretário de Fazenda, Mâncio Lima Cordeiro.

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