Em resposta às notícias veiculadas na quinta-feira, 8, de que quatro crianças teriam morrido depois da transferência da Maternidade Bárbara Heliodora para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) e do Hospital Santa Juliana, a Secretaria de Estado de Saúde convocou nova coletiva para esclarecer o assunto, na manhã desta sexta-feira.
As crianças haviam sido transferidas por causa de um princípio de incêndio na usina de oxigênio da Maternidade, ocorrido na noite de quarta-feira, 7. Vinte e cinco crianças foram transferidas para o Huerb, Hospital Santa Juliana e Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito de Rio Branco.
O secretário adjunto de Atenção à Saúde, José Amsterdam Sandres, deixou claro que dois óbitos foram registrados e não quatro, como foi veiculado por parte da imprensa local, e que a transferência entre hospitais não teve nenhuma influência nas mortes das crianças.
“A Sesacre teve o cuidado de assegurar que todo o suporte necessário para que o atendimento a essas crianças fosse mantido, inclusive durante o período de transferência para outras unidades”, garantiu Sandres.
Segundo Socorro Elizabeth Rodrigues, médica responsável pela UTI pediátrica da Maternidade, uma das crianças falecidas tinha seis meses de idade e era portadora de uma doença cardíaca grave. “Desde o primeiro momento em que a criança chegou à maternidade foi explicado aos pais sobre a condição de saúde da criança, que a doença só teria cura se tivesse sido diagnosticada nos primeiros dias de vida, o que não ocorreu. Os pais perceberam que a criança era cianótica (roxa), mas pensaram que era normal”, disse a médica.
Socorro Elizabeth também falou que não havia mais possibilidade de a criança viajar para tratamento fora do estado, devido à gravidade do problema. “Antes do transporte, no incidente do princípio de incêndio da Maternidade, a criança já havia tido três paradas cardiorrespiratórias e os batimentos cardíacos eram mantidos por meio de medicação”, completou.
Já a outra criança, de quatro dias de vida, nasceu prematura, em virtude de doenças decorrentes da gravidez. Não respirou ao nascer, estava com os batimentos cardíacos fracos e teve de ser entubada e encaminhada à UTI neonatal. “O bebê possuía muitos problemas, e estava em sofrimento constante. Desde o seu nascimento não houve um momento em que seu quadro se estabilizou”, comentou a coordenadora da UTI neonatal, a médica Maria do Socorro Avelino.
A direção da Maternidade anunciou, ainda, que a previsão de voltar ao funcionamento normal ficou para a próxima semana, por causa de testes de segurança que ainda serão feitos na usina de oxigênio. Nesse período, os atendimentos de saúde serão encaminhados ao Hospital Santa Juliana e ao Huerb, de acordo com a necessidade de cada caso.