Com a saúde bem debilitada, mulher morreu cerca de um dia depois de procurar atendimento médico no Hospital de Urgência e Emergência
A paciente Welliane Roque Freitas deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Tucumã no último dia 18, às 8h30, com dor no corpo e abdome e ardência nos olhos. Estava acompanhada de uma amiga e, segundo relatado, já havia perdido a consciência quatro vezes antes de procurar a unidade – estava se sentindo mal desde a segunda-feira, 14, e seu estado era bem debilitado.
Ela chegou com a pressão medindo 9/7, mas rapidamente caiu para 8/6, foi encaminhada para observação, onde recebeu soro para hidratação e para tentar aumentar a pressão, dipirona para dor, remédio para vômito e foi solicitado um hemograma. O normal das plaquetas é de 150 a 450 mil, as dela estavam em 134 mil. No período da tarde relatou melhora, mas se queixou de dor no tórax e um raio-x foi solicitado.
Às 18h40 foi feita a prova do laço (semelhante a uma coleta de sangue em que o braço é amarrado e permanece 5 minutos inflado para ver se aparecem manchas), mas deu negativo. Mesmo assim, fizeram mais um hemograma e as plaquetas estavam em 60 mil. O Samu foi acionado e ela foi transferida para o Hospital de Urgência e Emergência (Huerb) às 20 horas.
Segundo a direção do Huerb, ela chegou em estado grave e com hipotensão (a pressão muito baixa). Foi aplicada hidratação agressiva com soro cristalóide, porém a paciente não respondeu sendo iniciadas as drogas vasativas para estabilizar a pressão. O teste rápido para dengue deu positivo, mas como este exame pode dar falso positivo foi solicitada sorologia para dengue e outras doenças infecciosas como leptospirose e hantavirose cujo resultado sairá em torno de dez dias, para que então, possa ser fechado o diagnóstico definitivo da paciente.
Na manhã do dia 19 a paciente teve uma parada cardíaca, os médicos ainda tentaram reanimá-la por cerca de 40 minutos, mas ela não resistiu e faleceu às 10h25. A paciente recebeu atendimento médico adequado, porém o quadro era extremamente grave.
A dengue causa extravasamento de líquidos para interstício (espaço entre as células e vasos sanguíneos), levando à desidratação e diminuição do volume intravascular (no interior dos vasos), o que explica o choque hipovolêmico apresentado nas formas graves.
Quando procurar atendimento médico ao suspeitar de dengue
Febre e dor no corpo podem ser um sinal de dengue. Ao sentir esses sintomas, a pessoa deve procurar um serviço de saúde, principalmente se for acompanhado de dor de cabeça e manchas pelo corpo. “O ideal é fazer o exame de sangue a partir do terceiro dia dos sintomas e de acordo com a taxa de hematócrito saber se precisa de mais ou menos hidratação”, alerta Thor Dantas, infectologista do Hospital das Clínicas (HC).
Sinais de alarme
Ao sentir dor abdominal, o paciente deve passar por uma hidratação rigorosa – cerca de seis litros por dia. “Não é sorinho, é hiper-hidratação, uma média de 80 ml por quilo de peso. Não dá para descuidar”, diz Thor Dantas.
