Morhan encerra Semana de Combate à Hanseníase em Cruzeiro Sul

Evento divulgou informações sobre a hanseníase e atendimento médico a idosos (Foto: Onofre Brito/Secom)
Evento divulgou informações sobre a hanseníase e atendimento médico a idosos (Foto: Onofre Brito/Secom)

Com atividades desde a última segunda-feira, a coordenação estadual do Movimento de Reintegração dos Hansenianos (Morhan) encerrou nesta sexta-feira, 11, na praça central de Cruzeiro do Sul a Semana de Combate à Hanseníase, evento que é realizado em vários estados com participação das coordenações nacional, estaduais e municipais.

O evento ainda tem como parceiros segmentos do governo estadual e municipal que trabalham nas áreas de dermatologia, direitos dos idosos, assistência social direitos humanos tudo para “dar uma força no combate à hanseníase”, como explica Elson Dias, presidente do Morhan acreano.

No estande montado na praça vários cartazes informaram sobre a hanseníase, procurando tirar os mitos sobre a doença que ainda hoje causam preconceitos contra aqueles que têm as sequelas deixadas pela doença.

No local também são oferecidos atendimentos médicos tanto na questão da hanseníase quanto os relacionados à saúde de um modo geral.

Busca ativa

Segundo Dias, o Brasil é o país onde surgem mais casos de hanseníase no mundo, 30 mil no ano passado. Em Cruzeiro do Sul foram identificados 20 casos no ano passado, mas Dias lembra que se referem a casos de pessoas que foram procurar espontaneamente a unidade de saúde.

Ele ressalta que se se for feita uma busca ativa nas comunidades, entre os ribeirinhos certamente mais casos aparecerão.

A professora Maria de Fátima Soriano da Silva, conhecida como “Professora Mariazinha”, garante que vai dedicar seu mandato também para o combate à hanseníase. Ela é membro do conselho fiscal do Morhan local e diz que sempre participou desta luta. “Pretendemos a partir de este evento resgatar a história de luta contra a hanseníase.

O preconceito tende a ficar para trás, pois o ser humano deve ser tratado com muita dignidade, respeito, ética e cidadania”, disse.

Mesmo tendo sido internado durante cinco anos, o ex-hanseniano Antônio Barros ainda hoje não conseguiu seu benefício (Foto: Onofre Brito/Secom)
Mesmo tendo sido internado durante cinco anos, o ex-hanseniano Antônio Barros ainda hoje não conseguiu seu benefício (Foto: Onofre Brito/Secom)

Maria Odaísa Bezerra de Aguiar achou maravilhoso o evento. Ela conta que sua avó era hanseniana: “Quando a gente saía com ela era grande o preconceito, uma coisa muito errada, porque todos somos irmãos”.

Antônio Pereira Barros pegou hanseníase, juntamente com o pai quando ainda era criança e morava no seringal. Ele conta que no seringal o preconceito era grande. “As pessoas olhavam a gente de cima a baixo.”

Ele chegou a ficar cinco anos internado no Hospital Colônia (Hoje Hospital Dermatológico) e reclama que ainda hoje não conseguiu o benefício a que faz jus por ter sido internado compulsoriamente antes de 1986.

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