Mitos da cultura yawanawa são destaques em salão de design italiano

A cultura yawanawá é destaque no Salão de Design de Milão na Itália, que teve início nesta terça-feira, 9, e se estende até o dia 14 deste mês, com a exposição ‘Yawanawa, a força da floresta’, coordenada pelo arquiteto Marcelo Rosembaum, famoso pelo quadro ‘Lar, Doce Lar’ do programa Caldeirão.

Ilmara Lima, Rosembaum, Bira yawanawa e representantes da Casa Cor. (Foto: Assessoria Setul)

Ilmara Lima, Rosembaum, Bira yawanawa e representantes da Casa Cor. (Foto: Divulgação)

O evento acontece no espaço Brasil S/A localizado no Palazzo dei Giureconsulti, e apresenta luminárias inspiradas no kenês e na cultura yawanawa. A vinda de Rosembaum ao Acre se deu graças a um convite pessoal da primeira-dama do Estado, Marlúcia Cândida, na mesma feira no ano passado. Aceitando o convite, Rosembaum veio ao festival yawanawa onde conheceu a vasta cultura dos povos do Rio Gregório, o que o inspirou a fazer uma parceria com o estúdio brasileiro La Lampe, conhecido mundialmente pelos designs criativos e exclusivos de luminárias.

Finalizadas pela La Lampe, as peças serão vendidas nas 11 lojas da marca e 80% do valor delas voltará para a comunidade indígena. Toda esta iniciativa teve o apoio do governo do Estado do Acre através, como na logística do grupo de 30 pessoas que vieram para Aldeia Nova Esperança, em Tarauacá em janeiro deste ano, para dar início às concepções das luminárias.

Índios yawanawa criam luminárias que depois são finalizadas pela La Lampe. (Foto: Lucas Moura)

Índios yawanawa criam luminárias que depois são finalizadas pela La Lampe. (Foto: Lucas Moura)

Para a secretária de Turismo e Lazer, Ilmara Lima, que esteve presente na abertura da exposição, é importante que os próprios indígenas estejam inseridos no processo de produção, e não apenas serem ‘inspiração’. “A participação deles no início da produção das peças é uma forma de mostrar que o produto veio direto das mãos daqueles que dominam as técnicas, e de que a maior parte dos lucros sejam deles”, comenta Ilmara.

Olhando para as peças, percebem-se claramente a reprodução dos mitos indígenas com os kenês, desenhos que representam histórias, animais e plantas sagradas. Um exemplo disso é a Luminária runuãkenê, uma trave com malha de miçangas, de 2,20 x 0,80 m inspirada na ‘malha da Jibóia’, serpente sagrada para os yawanawa e outras etnias.

Luminária runuãkenê (Foto: Thiago Calazans)

Luminária runuãkenê (Foto: Thiago Calazans)

Segundo Marcelo, eles aplicaram a belíssima geometria e cores usadas nas pulseiras em luminárias, dando origem à peças exclusivas.  “Não ganho um centavo com a venda. Meu objetivo é tornar nosso artesanato reconhecido e valorizado, e não tratado como suvenir”, finalizou Rosembaum.

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