Primeira etapa do curso trata dos temas educação e comunicação e educação e cidadania
O Ministério das Comunicações está realizando em Cruzeiro do Sul o primeiro encontro de um curso de capacitação em tecnologias de informação e comunicação para monitores e multiplicadores dos pontos GESAC, uma ação do Projeto de Formação Gesac (Governo Eletrônico de Serviço e Atendimento ao Cidadão). Os participantes, todos do Vvale do Juruá, são das comunidades indígenas Ashaninka, Arara, Kuntanawa, Kaxinawa e ribeirinhas.
Há representantes da Vila Restauração na Reserva Extrativista, além de pontos urbanos em Mâncio Lima, Tarauacá, Feijó, Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul. Segundo a promotora de inclusão digital, Laura Ludmila Santos, onde tem internet via satélite ou terrestre do GESAC serão capacitados representantes porque não adianta dar o computador e o sinal e deixar lá sem a formação de monitores. Também participam centros de fora do âmbito do GESAC como a Rede dos Povos da Floresta.
O Projeto de Formação GESAC tem com objetivo formar os cidadãos em tecnologia, ensiná-lo a usar o computador, as ferramentas de comunicação, como criar um blog, como participar de redes sociais, etc. As comunidade normalmente atendidas são isoladas como escolas rurais e comunidades indígenas ribeirinhas vindo delas os formadores.
O GESAC dá o curso e todo o material didático e, em troca disso, os monitores capacitados tem que formar mais três multiplicadores nas comunidades. O curso dura um ano e na programação consta três encontros presenciais: além do que está acontecendo, mais outros dois em novembro e janeiro do ano que vem. Todos os participantes tem passagem, hospedagem e alimentação pagas pelo governo federal. Em Rio Branco também será dado o curso que inicia nesta sexta e sábado.
Educação, comunicação e cidadania
A primeira etapa do curso, ministrada por Laura Ludmila, trata dos temas educação e comunicação e educação e cidadania. O tema ‘ensino à distância’ será ministrado pela professora do Instituto Federal do Ceará, Francisca Venâncio, pois a formação vai continuar na modalidade de ensino à distância. A tutora Francisca Laranjeiras, do Instituto Federal do Amazonas, vai continuar a dar suporte à turma por e-mail. Segundo Laura Ludmila, o GESAC tem o objetivo de que as pessoas aprendam a usar os recursos da tecnologia para não ficarem isolados e hoje, em algumas comunidades a internet é a única forma de comunicação e de atualização.
Cláudia Silva representante da Vila Foz do Breu considera de muita importância este esforço do Ministério das Comunicações: "Ficamos ligados no que acontece. Estamos isolados, mas com a internet nos sentimos totalmente ligados ao mundo. Temos informações e também podemos informar através de e-mail e blog, falar o que está acontecendo. Para nós é importante, pois só temos um telefone e ele comumente está com problemas. Também é importante na área de educação, para professores e alunos fazerem pesquisas e até na área de comércio porque as pessoas gostam de comprar pela internet".
O índio Iskubu Kaxinawa mora na Terra Indígena Kaxinawa do rio Breu. Segundo ele, a população local é de 584 indígenas e o telecentro local está chamando a atenção da população local. "Para nós é um conhecimento novo, que está chegando à nossa comunidade e a gente está aprendendo a lidar com isto e entender que tipo de ferramenta é esta. Nessa formação aprendemos que temos um importante equipamento em nossa comunidade e que pode ajudar no desenvolvimento de nossa organização, dentro da nossa terra indígena e também no ambiente de globalização por que passa o movimento indígena".