Na manhã desta terça-feira, 06, os representantes do Ministério da Saúde (MS) que estão no Acre para averiguar os casos de eventos adversos supostamente relacionados à vacina do HPV falaram com a imprensa sobre as conclusões que se tem agora sobre o assunto.
Estão no Acre, Ana Goretti Kalume Maranhão, coordenadora substituta do Programa Nacional de Imunização (PNI), Bianca Kollross e Amanda Soares da gerência de Fármaco Vigilância da Anvisa e a convite do MS o médico Edison Natal Fedrizzi, chefe do Centro de Pesquisa Clínica “Projeto HPV no Hospital Universitário da UFSC, um dos maiores especialistas no assunto do país.
No Acre, são cerca de 30 casos onde as famílias relatam que adolescentes tiveram fortes reações neurológicas, após serem vacinadas.
Edison Fedrizzi, afirma que foi feita uma avaliação multidisciplinar de todos os casos. “Avaliamos todos os casos que tiveram uma possível relação com a vacina do HPV e até agora, 14 casos já afastamos a possibilidade desses sintomas estarem ligados à vacina. Alguns ainda precisam de exames mais específicos, mas tudo indica que não há relação com a vacina. Estamos atendendo todas as famílias e informando a cada uma sobre a conclusão dos sintomas que as adolescentes apresentam ”, destaca Edison.
Segundo a coordenadora substituta do PNI, mesmo as mães das adolescentes relatando que os sintomas apareceram após a vacina, a imunização contra o HPV é segura, já que são mais de 170 países que usam a mesma vacina. “Eu gostaria de frisar que essa é uma vacina extremamente segura, utilizada em mais de 170 países. Até o momento, nem aqui no Brasil, nem em qualquer país do mundo, houve comprovação de nenhum evento grave relacionado a esta vacina”, destaca Ana Goretti Maranhão.
Além dos representantes do MS e do médico convidado, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) também esteve presente na reunião, que contou ainda com a presença do promotor Gláucio Ney Shiroma, titular da Promotoria de Saúde do MPE.
Ráicri Barros, secretário adjunto de Atenção à Saúde, falou sobre o trabalho da Sesacre desde que foi notificada dos casos.
“O Ministério da Saúde reconheceu o nosso trabalho e compromisso desde que tomamos conhecimento desses casos. A Sesacre adotou duas linhas. Uma de vigilância em saúde com investigação, buscando reunir uma equipe multidisciplinar para verificação de cada caso. E outra linha, que foi da assistência especializada. Nós estabelecemos a Policlínica do Tucumã como unidade referência e colocamos profissionais especializados com médicos, psicólogos, assistente sociais e outros servidores que atenderam esses pacientes”, explica Barros.