Bate-papo sobre o ato de escrever acontece no Teatro Plácido de Castro
O escritor Milton Hatoum está em Rio Branco para participar do projeto Laboratório do Escritor, às 19 horas desta quarta-feira, 18, no Teatro Plácido de Castro. O objetivo do encontro é realizar um bate-papo sobre os processos de leitura e escrita, mostrando aspectos concretos e abstratos do processo criativo literário. Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, Hatoum falou um pouco sobre a vida pessoal e sobre os quatro livros publicados por ele: Relato de um Certo Oriente, Dois Irmãos, Cinzas do Norte e Órfãos do Eldorado.
Confira a entrevista
É sua primeira vez no Acre?
Não é a primeira vez. Eu tenho algumas raízes aqui neste estado. Meu pai já morou nove anos no Acre, quando veio do Líbano. A família Farhat, tradicional do Estado, faz parte do meu parentesco familiar.
Como será o encontro do Laboratório do Escritor?
A idéia é conversar com os leitores acreanos sobre literatura, sobre o meu último romance, Órfãos do Eldorado. Enfim, vou falar um pouco sobre cada um dos quatro livros que escrevi e também sobre o processo de criação literária.
O que é ser escritor no Brasil?
O Brasil é um país difícil para quem pretende ser escritor profissional. Isso porque não há muitos leitores nem um incentivo continuado à leitura de obras literárias. Ainda existe muita carência em termos de bibliotecas públicas e escolas, além de professores mal remunerados. Mesmo assim, o número de leitores está crescendo.
Qual foi a repercussão de seus quatro livros publicados?
Meus livros são lidos. O segundo romance, Dois Irmãos, é um livro muito adotado nas escolas, universidades e vestibulares. Sem falar no livro Cinzas do Norte, que é muito estudado pelas universidades. Então, acho que, aos poucos, estou conquistando um público leitor muito importante. Afinal, o que justifica a literatura é o leitor.
Qual foi a importância dos três prêmios Jabuti de melhor romance?
Não esperava ganhar os prêmios. Mas um prêmio não melhora nem piora o livro. No meu caso, ajudou no reconhecimento do trabalho. Mas isso não me envaidece, pois o prêmio é do livro, e não do autor.