No Acre, cerca de mil pequenos empreendedores estão habilitados a terem acesso aos recursos
Uma solenidade realizada na noite deste sábado, 30, no parque de exposições Marechal Castelo Branco, local onde se realiza a Feira de Negócios e Entretenimentos do Acre (Expoacre) marcou um fato inédito na política de liberação de financiamentos para pequenos empreendedores. Fato inédito para o Acre e porque não dizer, também, para o país. O Banco do Brasil deve liberar créditos de até R$ 5 mil para camelôs e feirantes, com prazo de pagamento em até 60 meses, carência de três meses e juros de apenas 0,95%.
A liberação do crédito se deu graças a um trabalho de parceria que foi realizado pelo governo do Estado, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), prefeitura de Rio Branco, Sindicato dos Camelôs e Feirantes de Rio Branco (Sincafe) e governo do Estado, através da Secretaria de Pequenos Negócios.
O microcrédito, denominado Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS), tem por objetivo impulsionar o desenvolvimento das regiões onde o Banco do Brasil está presente por meio da mobilização dos agentes sociais e políticos, apoiando as atividades produtivas economicamente viáveis, ambientalmente corretas, socialmente justas e sempre observando e preservando a diversidade cultural de cada região. O DRS também busca impulsionar o desenvolvimento do país através de parcerias, estruturar cadeias produtivas com a visão de cadeia de valor, promover a inserção social por meio da geração de trabalho, melhorar renda e inserção de pessoas no mercado de trabalho, democratizar o acesso ao crédito, fortalecer as atividades produtivas no meio rural e urbano.
No Acre, cerca de 1 mil pequenos empreendedores estão habilitados a terem acesso aos recursos do DRS, entre eles, os mais de 600 camelôs beneficiados. O governador Tião Viana disse que aquela solenidade significa um momento em que se escreve uma nova página na história do Acre, história essa que está sendo construída com os pequenos trabalhadores da economia do Estado. “45% da riqueza brasileira do campo e gerada pelos pequenos. Nas cidades, a riqueza gerada pelos pequenos é inacreditável, pois nela está a força de trabalho daqueles que acordam antes do amanhecer do dia e só para quando anoitece”, afirmou. “Esse momento representa a chegada do Estado perto dos pequenos”, completou.
O superintendente do Banco do Brasil no Acre, José Ricardo Salerno, disse que o microcrédito é encaminhado a partir do sindicato dos camelôs e deve ser usado para capital de giro e renovação de estoque dos camelôs e feirantes. Para ter acesso é preciso atender a alguns requisitos mínimos, entre eles o de ter uma conta no Banco do Brasil. “Aqueles que não têm conta no banco, podem abrir uma de forma rápida e sem muita burocracia”, afirmou o superintendente.
O presidente do Sincafe, Ediglei Rosendo, o Edi Celulares, elogiou as equipes do governo do Estado, do Sebrae, da prefeitura e do Banco do Brasil pela agilidade com que foi construído o processo que culminou com a liberação dos créditos. “Não foi um processo fácil. Nós estamos acompanhando esse processo desde o início e vimos o quanto foi complicado adaptar esse crédito que antes era liberado apenas para o setor rural para a área urbana. Apesar disso, percebemos que o processo todo foi executado em um período bem rápido”, disse Edi.
O sindicalista disse que a sua instituição hoje tem um total de 1,8 mil filiados, mas que a procura por novas filiações cresceu muito nos últimos dias motivada pela boa notícia da liberação dos créditos. “Depois que nós informamos para os nossos filiados sobre os créditos do Banco do Brasil, a procura pelo nosso sindicato aumento significativamente”, ressaltou.
O secretário de Pequenos Negócios, José Carlos Reis, lembrou que os camelôs são pessoas que sempre lutaram muito para poder ter uma vida digna e gerar renda para o sustento familiar. A liberação dos créditos, afirma ele, vai propiciar mais recursos para as famílias, mais lucro no comércio e tirá-las da clandestinidade. “Elas poderão trazer produtos de outras praças, com nota fiscal, evitando o contrabando dos produtos bolivianos que, em muitos casos, gera constrangimento e prejuízos financeiros com a apreensão de mercadorias e, principalmente, gera perda de arrecadação para a economia do Estado e do país”, frisou o secretário.