Sérgio Brazil Júnior, professor de Matemática, atualmente é um dos doadores de sangue empenhados em ajudar o próximo do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Acre (Hemoacre). A vida, a rotina e as visões de Sérgio mudaram em 2016, quando o filho Samuel Vasconcelos, que na época tinha apenas 4 anos, foi diagnosticado com leucemia linfoide aguda.
A doença afeta os glóbulos brancos, que atuam na defesa do organismo, e acomete principalmente crianças. Ao descobrir que o pequeno Samuel estava com a doença, a rotina do pai mudou completamente, desde a quebra de tabus a uma vida mais saudável.
Então, no auge da preocupação para com o filho, Sérgio Brazil fez uma promessa: “Se meu filho ficar curado, a partir de hoje eu doarei sangue para o resto da minha vida”.
O pedido foi atendido. “Logo no início eu comecei a doar sangue de dois em dois meses, aí uma vez fui doar e a enfermeira me alertou dizendo que eu não poderia doar assim com tanta frequência, porque poderia me ocasionar problemas”, relatou Sérgio Brasil.
Não satisfeito, e com medo da resposta da médica, pois o pai já havia tomando gosto em doar sangue, fazer o bem e salvar vidas, ele perguntou quantas vezes ele poderia realizar a ação.
“A médica me respondeu que eu poderia doar de três em três, que seria o tempo para o meu organismo se recuperar. E desde 2016 eu venho fazendo isso. Recentemente também passei a doar plaquetas”, contou Sérgio Brazil.
“Me sinto bem com isso, meu organismo pede”
Brazil conta que fica mais feliz em ajudar o próximo e que, quando chega o período próximo para a doação, ele já sente.“É aquela sensação de que ajudei, e sem nada em troca, sabe? É um questão de solidariedade. Quem passou por uma situação como a nossa sabe, e a gente acaba presenciando também outras situações”, destacou.
As outras situações às quais ele se refere, tratam-se das crianças da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia do Acre (Unacon).
“As crianças ficam debilitadas, elas perdem plaquetas, precisam de sangue constante. Ele completa ainda: “E não só elas, outras pessoas que também passam por dificuldades e precisam de sangue”, destacou Sérgio.
“Se eu soubesse que era tão bom doar sangue, eu teria feito antes”
Para Sérgio, a atitude já é um rotina que não pode deixar de ser feita. “Já está programado para eu doar agora em dezembro, no dia 24. É um presente para quem precisa”, enfatizou.
O doador se programa para que suas doações sejam realizadas sempre em períodos em que ocorre a necessidade de um estoque maior: “Desde 2018, sempre no Natal e perto do Carnaval, que são datas que precisam bastante”, destacou.
Sempre que o Hemoacre precisa, Sérgio Brazil Júnior está a postos. “Quando precisa de plaquetas a equipe do Hemoacre me liga e eu já vou lá”, e ele diz, ainda: “Não doei medula porque ainda não me ligaram, mas no dia que me ligarem eu vou com o maior prazer”, salientou.