Memórias e identidades dos municípios na Caravana de Cultura e Humanização

Primeira rua da vila Plácido de Castro, decada de 30, atualmente , Avenida Epaminodas Jácome

Primeira rua da vila Plácido de Castro, década de 30, atualmente Avenida Epaminodas Jácome

Durante a Caravana de Cultura e Humanização realizada em Plácido de Castro na última terça-feira, 30, a oficina de Comunicação Patrimonial trabalhou na criação de um elo permanente para ações articuladas no presente e no futuro, na área de história, cultura e patrimônio dos municípios.

Teve como objetivo principal garantir a visibilidade de pessoas, seus bens materiais e imateriais (acervos, memórias, celebrações, ofícios, sabres, fazeres), além de seus cotidianos tão importantes para a história social do Estado do Acre, e durante a passagem da caravana foi possível identificar várias histórias tradicionais ligadas diretamente a criação do município.

Plácido de Castro teve sua origem a partir de uma colocação de seringueiros, que tempo depois tornou-se um seringal por nome de “Pacatuba”, e anos mais tarde, precisamente em 1922, o pequeno povoado foi elevado a vila e recebeu o nome de Plácido de Castro em homenagem ao herói da Revolução acreana.

Só em 1963, Plácido de Castro foi elevado à categoria de município pelo governador José Augusto de Araújo. Com a evolução veio também o desenvolvimento da pequena cidade, a instalação da prefeitura, a criação da primeira usina termoelétrica (usina de luz), sendo o seringueiro um contribuinte principal para a formação do espaço placidiano.

Monumentos históricos como a escadaria do Rio Abunã, foi um dos pontos turísticos visitados durante a passagem da Caravana. Construída para possibilitar o embarque e o desembarque de mercadorias, como a castanha, a borracha, pele e couro de animais silvestres.

Hoje o município conta com novos espaços turísticos e para recreação, como a praça do seringueiro, localizada no centro da cidade, e o Ecoparque Municipal do seringueiro, composto por 44 hectares de floresta, três tipos de ecossistemas: terrestre, aquático e de transição, considerado pelos moradores um pequeno “santuário ambiental”, destinado a receber turistas em busca de contato direto com a natureza.

Educação como patrimônio cultural

Escola Franklin Roosevelt hoje
Escola Franklin Roosevelt hoje (cima) e na década de 50 (baixo)

Escola Franklin Roosevelt hoje (cima) e na década de 50 (baixo)

A primeira escola foi construída na década de 50, enquanto Plácido de Castro ainda era uma pequena Vila, e foi o primeiro prédio construído em alvenaria, ganhando o nome de Franklin Roosevelt. A Escola funcionava ate a 4ª serie, e só na década de 70 foi elevada a Escola Estadual de 1º grau, o grupo escolar da época proporcionava a cidade grandes festas comemorativas, como a independência do Brasil e o desfile da primavera.

A escola foi revitalizada e conta com um novo quadro de professores, mas ainda é possível encontrar pessoas que vivenciaram a história da primeira escola de Plácido de Castro, pessoas como a professora Maria do Carmo Carvalho que leciona na escola desde a década de 70.

“Sou de Rio Branco, mas vim para Plácido era muito nova, eles estavam precisando de professores e eu aceitei o desafio, sou muito feliz por fazer parte da história da escola Franklin Roosevelt. Essa  é uma escola tradicional, e posso dizer com autoridade que a maioria dos moradores do município já passou por essa escola, e os que não passaram sonham em estudar aqui, já dei aula para muitas gerações e me emociono muito em dizer isso”, diz a professora emocionada.

A escola está com uma nova cara, diferente do que era na década de 50, porém carrega valores e tradições que o tempo não apagou. Durante sua revitalização uma parede de alvenaria que fez parte da primeira construção, permaneceu original na entrada da escola, parede que remete a muitas histórias e lembranças.

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