A meliponicultura é a criação de abelhas nativas, também conhecidas como abelhas indígenas ou abelhas sem ferrão. Nesta terça-feira, 7, a equipe que compõe a Seção de Fauna Silvestre da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) com apoio da Secretaria de Pequenos Negócios (SEPN), visitou a propriedade de Paulo Faustino da Rocha, na zona rural no Barro Vermelho, próximo à Vila Jorge Kalume.
Durante a visita técnica, o produtor recebeu seis caixas para criação de abelhas em substituição aos tocos onde elas constroem seus ninhos. Essa ação faz parte do intercâmbio entre a Seaprof e a Associação de Meliponicultores de Santa Catarina (Amesc), por meio do seu representante, Guido Defrein, que trabalha há mais de sete anos com abelhas nativas. Houve visitas aos criadores dos municípios de Epitaciolândia, Xapuri, Senador Guiomard e Bujari, oportunidade em que foram repassadas boas práticas de manejo na criação de abelhas melíponas.
A troca de experiências foi resultado da participação da Seaprof no XXVIII Encontro Catarinense de Apicultores e III Tecno-Apis, em maio de 2011. Durante o evento, a médica veterinária Edna Costa, chefe da Seção de Fauna Silvestre da Seaprof, manteve contato com os principais criadores, que resultou na vinda de Guido Defrein.
“O senhor Guido Defrein, com afinco, não mediu esforços, deixando na prática um exemplo de coletividade e compromisso com o meio ambiente”, disse Edna Costa.
De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, a produção de mel no ano de 2010 foi de 38,017 mil toneladas. O principal Estado produtor foi o Rio Grande do Sul, com 18,7% de participação no total nacional. A seguir vêm o Paraná, com 14,4%, e Santa Catarina, com 10,4%. “Considerado alimento sagrado na antiguidade, o mel é basicamente um energético, não contém gordura nem colesterol, é menos calórico que o açúcar, em sua composição tem vitaminas e minerais, entre inúmeras outras propriedades nutricionais, utilizado em larga escala até mesmo pela indústria de cosméticos”, afirmou Costa.
No Acre, a criação de abelhas melíponas já é praticada por alguns produtores, que realizam o manejo natural. Em 2010, o IBGE registrou a produção de cinco toneladas. “Na década de 1980 fizemos algumas ações pontuais, no intuito de despertar o interesse pela atividade apícola, mas não obtivemos o apoio necessário para a consecução das atividades. Com os investimentos que contamos hoje, acreditamos que em médio prazo possamos organizar toda a cadeia produtiva, que vai desde boas práticas até a comercialização do mel”, ressaltou Costa.
“A atividade está no início. A expectativa de produção, aliada ao potencial da região e à rusticidade das abelhas nativa, reúne as condições necessárias para que a atividade se torne economicamente viável e mais uma alternativa de renda aos produtores familiares do Estado”, afirmou Clovis Melo, diretor executivo da Seaprof.
