*Por Ítalo Lopes
Resultado de um trabalho que visa cuidar das pessoas, a construção da nova maternidade do Acre, batizada de Marieta Messias Cameli, vem para tornar-se um marco na história do estado. Substituindo a histórica Maternidade Bárbara Heliodora, que foi o palco do início da vida de gerações de acreanos desde sua abertura, em 1950, essa nova unidade de saúde representa muito mais que um novo prédio.
Sendo edificada no segundo distrito da capital do estado, Rio Branco, a obra simboliza não só um palco de nascimento, mas também o crescente desenvolvimento de nossa região. O nascimento do outro lado do Rio Acre ilustra o quanto a cidade tem se desenvolvido e, consequentemente, exigido um planejamento e investimento em infraestrutura, com pensamento em se manter atualizada, em sintonia com o contínuo crescimento populacional.
A preocupação com uma estrutura moderna e sustentável guiou sua concepção, por meio da adoção de soluções como sistemas de reaproveitamento de água da chuva para irrigação de jardins e de geração de energia com painéis fotovoltaicos e aquecimento solar.
Este excelente projeto é fruto de convênio entre o governo do Acre e a Organização da Nações Unidas (ONU), por meio do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops). A busca por uma entidade de referência internacional para essa obra visou a concepção de um novo conceito no atendimento e acompanhamento às mulheres durante a gestação, parto e puerpério, além do atendimento neonatal aos recém acreanos.
Pensada em cinco etapas independentes, este importante investimento é também a comprovação de como o Estado tem amadurecido a nível de planejamento e aplicação de recursos. A independência entre as fases permitirá que o benefício seja levado à população de maneira mais rápida, assim como permite a captação de recursos para as próximas etapas, enquanto as primeiras, e mais importantes, são executadas.
Neste momento, a obra conta com investimentos do governo do Acre e do governo federal, além da expertise internacional da Organização das Nações Unidas. Todos caminhando juntos com o mesmo propósito.
Com a primeira etapa em execução e a segunda etapa aguardando somente a liberação de recursos federais para emissão da ordem de serviço, este olhar de união ficou ainda mais evidente com a escolha da atual gestão do governo federal em incluir a terceira etapa na nova versão do Programa de Aceleração de Crescimento, o PAC.
Avançando em um bom ritmo desde a ordem de serviço emitida em agosto do ano passado, grande parte da estrutura da primeira etapa já está concluída e tem previsão de entrega ainda em 2024. Contando com um canteiro de obras que fomenta a geração de aproximadamente 100 empregos diretos e inúmeros indiretos, o avanço nas obras da Maternidade Marieta Messias Cameli representa o compromisso do governo do Estado com a população.
Por fim, mas não menos importante, é válido dizer que este novo conceito não para por aí. A nova maternidade, quando concluída, permitirá a revitalização e reordenamento do atual espaço da Maternidade Bárbara Heliodora e, consequentemente, permitirá o avanço em outras áreas da saúde, mas este é assunto para um outro artigo, e provavelmente para um outro colega, com mais experiência no assunto. (Dr. Pedro Pascoal, essa deixa é para você!)
*Ítalo Lopes é engenheiro civil graduado pela Universidade Federal do Acre, especialista em auditoria, avaliações e perícias de engenharia pelo Ipog, e em gestão, governança e setor público pela PUC-RS. Já atuou como diretor de obras e ocupou a presidência do Serviço de Água e Esgoto do Acre (Saneacre). Foi conselheiro do Crea/AC entre 2022/24, e atuou como professor universitário e coordenador do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Uninorte. É o atual secretário de Obras Públicas do Acre.