Maternidade Bárbara Heliodora: 67 anos de dedicação às famílias acreanas

Francisca Petronília, 63 anos, cresceu brincando pelos corredores da maternidade e já trabalha há mais de 4 décadas no local (foto: Júnior Aguiar)

Construída durante o governo de José Guiomard dos Santos, a Maternidade Bárbara Heliodora (MBA) foi oficialmente inaugurada em 7 de setembro de 1950. A princípio, tinha capacidade para 30 pacientes, dois berçários, gabinete de admissão de gestantes, sala de operação, sala de parto, apartamento para particulares, gabinete de higiene pré-natal, sala administrativa e de médicos, quartos para enfermeiros, lavanderia, rouparia, despensa, cozinha, copa e refeitório.

O projeto foi considerado um exagero na época, pois seria construída em uma área afastada e o índice de natalidade naqueles tempos era de dois a três nascimentos por dia, mas o então governador era um visionário e pensou na unidade com estrutura para suportar o crescimento da cidade.

A escolha do nome, segundo se conta, seria em homenagem à Bárbara Heliodora, uma das principais líderes da famosa Inconfidência Mineira e à mãe de Guiomard Santos, que também se chamava Bárbara.

Inicialmente, 120 servidores atuavam na MBA. Além das tradicionais parteiras, nomes conhecidos da sociedade acreana atuaram como médicos, como Ary Rodrigues, Laélia Alcântara e José Barral y Barral.

Nesta quinta-feira, 7, a unidade completa 67 anos de existência. Ao longo desses anos, a maternidade se firmou como unidade de referência em atendimento às gestantes de alto risco no Acre e conquistando prêmios pelo trabalho de humanização no parto, além do reconhecimento nacional como Hospital Amigo da Criança por diversos anos seguidos.

“Isso nos leva a compreender mais claramente a importância histórica de um administrador visionário, com soluções para os problemas atuais e projetos duradouros para enfrentar os desafios do futuro”, disse a atual diretora, Serlene Gonçalves.

Atendimento humanizado

Segundo Serlene, a unidade é ainda uma referência também para atendimento às mulheres vítimas de abuso e violência sexual e em cuidados intermediários neonatais.

“Recentemente, maternidade passou por várias reformas e adequações de espaços para atender os novos padrões de atendimento, sendo a última grande reforma realizada em maio de 2010, mas possui ainda, uma necessidade de ampliação e adequação de espaços físicos, na parte assistencial e administrativa”, lembrou o secretário de Estado de Saúde, Gemil de Abreu Junior.

Atualmente, dos 559 colaboradores, uma boa parte já fez história dentro da unidade. É o caso de Francisca Petronília, 63 anos, que cresceu brincando pelos corredores da maternidade, enquanto a mãe trabalhava e atua há 44 anos na lavanderia.

“Comecei a trabalhar na lavanderia, meus três filhos nasceram na maternidade e continuo até hoje servindo a população. Presenciei muitas histórias e muitas mudanças aqui e pude ver o quanto tudo se modernizou”, disse.

O ginecologista obstetra Eduardo Hadad trabalha há 34 anos na unidade. Ele relembra. Emocionado, de muitas histórias que presenciou e que escutou dos funcionários mais antigos, quando mais jovem.

Ginecologista Eduardo Hadad que trabalha há mais de 30 anos na MBH se emociona lembrando histórias vividas neste período (foto: Júnior Aguiar)

“Sei de toda a história da maternidade. Mas uma coisa que eu lembro muito bem porque presenciei foi o pedido que a mãe do Tião Viana fez a ele quando fizeram uma visita à maternidade, há alguns anos. Ela pediu que quando fosse feita a reforma, fosse mantido o piso original, que é de fabricação acreana, e assim ele fez. A maternidade é uma parte da minha casa e da minha família e pra mim é um prazer trabalhar aqui e ter ajudado tantas crianças a virem ao mundo”, relatou.

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