Os militares têm sido de grande importância para a manutenção dos estoques de sangue do Hemonúcleo de Cruzeiro do Sul. No mês de fevereiro, 250 recrutas do 61º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS) fizeram os exames necessários e passarão a ser chamados nos próximos dias. Nesta quarta-feira, 13, foi a vez da Marinha do Brasil. Os marinheiros da Agência Fluvial local iniciaram um processo de doação, prática que vem sendo adotada em vários estados do Brasil. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar comumente também participam das campanhas de doação.
Segundo a gerente do Hemonúcleo, Fátima Girão, o comando da Agência Fluvial tomou a iniciativa de também participar, entrou em contato e disponibilizou a doação de sangue de seus marinheiros. Como todos já são doadores, não houve necessidade dos exames de praxe. “É de grande importância termos o apoio dos militares, e agora também da Marinha. Recebemos de braços abertos”, disse.
Segundo Fátima, no Acre, particularmente em Cruzeiro do Sul, por ser região endêmica de malária e hepatite, o percentual de doadores está abaixo do preconizado pela Organização Mundial de Saúde. Quem teve malária, por exemplo, só pode doar um ano após a cura.
Mesmo assim, o Hemonúcleo tem cerca de 800 voluntários, alguns fidelizados, que doam de dois em dois ou de três em três meses; outros o fazem quando são convocados. Nesta quarta-feira, vários doadores de sangue “O negativo”, um dos mais raros, atenderam ao chamado. Um deles foi o lanterneiro Jeremias da Silva Ribeiro. Ele conta que teve que fazer uma cirurgia e precisou desse tipo de sangue. Desde então, entendendo a dificuldade do Hemonúcleo, tornou-se um doador fiel.
A gerente do Hemonúcleo conta que desde fevereiro não faltou sangue para atender à demanda. Isso graças às parcerias de empresas, dos militares e de doadores individuais.