“Até outro dia nós éramos tratados como bandidos. Agora, nosso trabalho está valorizado”. A afirmação do marceneiro Antônio Rodrigues, de Capixaba, traduz o clima de felicidade e otimismo dos marceneiros acreanos, com o apoio dado pelo Governo do Estado, através do programa de apoio ao setor, que iniciou em abril de 2011.
Programando o II Encontro dos Marceneiros do Acre, o secretário de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens), Edvaldo Magalhães, se reuniu com marceneiros do Alto Acre para falar sobre o programa e verificar a produção do mobiliário escolar contrato pelo governo.
São mais de 70 empresas, entre cooperativas e individuais que estão trabalhando na produção de carteiras, mesas e armários para a Secretaria de Estado de Educação (SEE). Os marceneiros já concluíram boa parte dos produtos e outros já estão na fase de conclusão.
“Desde aquele encontro que reuniu marceneiros de todo Estado tudo começou a mudar. Estamos vivendo um novo tempo, graças ao empenho e a dedicação do secretário Edvaldo Magalhães. Esse contrato com o governo, nos garantiu condições de trabalho e nos ajudou a fazer novos investimentos”, afirmou o marceneiro Francisco Patrício, de Xapuri.
O clima de otimismo entre os marceneiros é visível. A motivação é tanta que eles já estão ampliando seus negócios. Os marceneiros de Capixaba, por exemplo, estão enviando produtos para Porto Velho, Belo Horizonte e São Paulo.
Para se ter uma ideia do que isso significa uma empresa de São Paulo já disse que compra toda produção de caixilhos de portas. “Já firmamos um acordo que eles vão comprar tudo que produzimos. Esse apoio do governo deu novo ânimo para nosso setor”, disse a marceneira, Vânia Regina.
Durante as visitas, além de conferir a qualidade dos produtos feitos pelos marceneiros, o secretário Edvaldo Magalhães também anunciou novos investimentos no setor. Entre outras coisas, ele definiu com a categoria os últimos detalhes para a construção dos Polos Moveleiros.
O Governo do Estado vai construir galpões para a instalação das marcenarias. A intenção é que os marceneiros possam trabalhar com segurança e dentro da legalidade. A medida faz parte do Programa de Apoio ao Setor Moveleiro e Marceneiro do Acre, que possibilita melhorias nas condições de trabalho para marceneiros e moveleiros, garantindo o resgate do setor.
Os recursos para a construção dos galpões já estão disponíveis e que estão sendo cumpridas apenas algumas medidas legais para que as obras iniciem.
Produtos de qualidade
O que mais chamou atenção de Edvaldo Magalhães foi a qualidade dos produtos. Produzidos dentro das especificações estabelecidas pelo governo, carteiras, mesas e armários, chamam atenção pela qualidade e pelo designer. “Nossos marceneiros são talentosos e com esse apoio do governo, ficaram motivados. São produtos de alta qualidade, produzidos com muito capricho e dedicação. Isso é prova que estamos no rumo certo”, afirmou.
Em Brasileia, as carteiras, mesas e armários produzidos pelos marceneiros serão utilizados pelos alunos e servidores da escola Getúlio Vargas, que foi atingida pelas águas do Rio Acre. Se não fosse a produção dos marceneiros, a escola não teria condições de funcionamento, pois o mobiliário foi praticamente destruído pelas águas.
Um programa que animou os marceneiros
Quando o governador Tião Viana anunciou, durante o I Encontro de Marceneiros do Acre, em abril de 2011, que o governo teria um programa específico para ajudar o setor, os marceneiros ficaram surpresos. Depois de ouvir muitos desabafos e lamentações dos marceneiros, o governador afirmou que todo mobiliário dos órgãos públicos estaduais seria comprado exclusivamente das marcenarias acreanas.
Alguns marceneiros nem mesmo tinham ideia do que isso representaria. Ao final do Encontro, o secretário Edvaldo Magalhães anunciou o Programa de Apoio ao Setor Marceneiro e Moveleiro do Estado. Entre outras coisas, o governo se comprometeu em legalizar o setor, melhorando a expedição das licenças e a construção de Polos Moveleiros; criar um programa de compras governamentais e melhorar o acesso à matéria-prima.
“Em menos de um ano entregamos mais de 110 licenças, com validade de quatro anos e sem nenhum custo para os marceneiros. O governo já assinou contrato direto com as marcenarias no valor de R$ 5 milhões para compra de mobiliário. E, num acordo com o sindicato das madeireiras, conseguimos melhorar o acesso à matéria-prima. Estamos cumprindo tudo que ficou acertado, visando sempre garantir as condições necessárias para que possam continuar trabalhando”, afirmou Edvaldo Magalhães.
Ele lembrou ainda que a intenção do governo é continuar apoiando o setor, por isso, já prepara o II Encontro dos Marceneiros, para que seja avaliado o Programa e definidas novas ações de apoio à categoria. “Queremos agradecer ao Governo do Estado e, principalmente ao secretário Edvaldo Magalhães, pelo esforço para garantir as condições necessárias para que possamos trabalhar e sustentar nossas famílias. Estamos motivados e animados com tudo que está acontecendo”, afirmou o presidente da Cooperativa Designer da Floresta, de Brasileia, Francisco Oliveira da Silva.