Reza a lenda que ele é uma criatura de um olho só, corpo coberto por um longo pelo vermelho, um monstro de dois metros de altura, longas garras e de cheiro fétido. Esse é o mapinguari, personagem principal do curta-metragem “Mapinguari em Animação”, de Enilson Amorim, artista plástico e chargista. A produção será lançada neste sábado, 2, na Biblioteca da Floresta, a partir das 19h30. Serão comercializadas cópias em DVD a R$ 20.
A narrativa escolhida para dar vida à animação em 2D remete às lendas amazônicas e revela a memória do próprio autor, que é filho de seringueiros. Enilson cresceu ouvindo as várias histórias que seus pais contavam. Essas lhe serviram de fonte de inspiração para seu trabalho.
Baseado em seu livro “Mapinguari, a Lenda” (2009), o filme, narrado a partir do personagem mapinguari, ganha uma roupagem infantil – o indiozinho Manauá, da tribo fictícia dos Buanãs, transforma-se num monstro após o castigo da Cobra Grande. O mapinguari proíbe os habitantes das matas de caçarem e pescarem após a meia-noite. Para que Manauá volte a ser um indiozinho, ele terá que realizar uma boa ação em defesa do meio ambiente. Isso somente acontece depois de ele já adulto. Manauá consegue realizar o feito ao espantar os madeireiros que ameaçam a floresta e sua tribo, transformando num herói para seu povo.
Enilson acredita que a abordagem ambiental tratada pelo filme serve de elemento transformador. “Trabalho no filme a importância de cuidar do meio ambiente, preservar a água, as florestas, o planeta. O foco no público infantil é que os vejo como o futuro desst país, do mundo. É preciso começar a formar cidadãos conscientes já na infância”, revela o artista.
Produzida no próprio estúdio do artista, montado em sua residência, a animação foi financiada com recursos do Fundo Estadual de Cultura (FunCultura), através do edital de incentivo direto do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (PreCult), da Fundação de Cultura Elias Mansour.
O artista que narra a cultura amazônica
Filho de imigrantes nordestinos, Enilson começou a trabalhar na imprensa acreana aos 17 anos. No jornal O Rio Branco, foi chargista por oito anos. Lá ele criou, com o editor Zacarias Pena Verde, o caderno infantil “O Riobranquinho”, com quadrinhos do Mapinguari e Curupira. A carreira de Amorim foi marcada por inúmeras premiações locais e nacionais. Amorim trabalha hoje com arte digital e projetos que visam revitalizar a cultura amazônica com foco no público infantil.
Serviço
O quê? Lançamento do curta “Mapinguari em Animação”, de Enilson Amorim
Quando? 2 de março, sábado, a partir das 19h30
Onde? Auditório da Biblioteca da Floresta
Entrada franca