Nos últimos dois anos mais de 6 mil haitianos entraram no Brasil, passando por Brasileia. Todos em busca de uma vida melhor e um bom emprego. Disposição não falta, nem postos de trabalho no país, até dezembro de 2012 foram 4.300 imigrantes que saíram empregados do Acre para outros estados.
Vilsaint Letesse, originário de Gonaïves, Haiti, atravessou a fronteira Peru-Brasil em janeiro de 2012. Não demorou muito já estava com a mão na massa, explodindo pedreiras na usina hidroelétrica de Santo Antônio, em Porto Velho. Na última semana ele voltou a Brasileia, agora para buscar sua esposa, que acabara de chegar de uma viagem de 15 dias, e “ela não vai ficar parada”, diz Vilsaint.
Ônibus saem cheios de novos trabalhadores
Eram 4h30 da manhã de sexta-feira, 12, e um ônibus com 47 haitianos saia, todos com a carteira de trabalho em mãos e um emprego garantido. O destino era Indianápolis, Paraná, em uma granja de frangos.
O gerente da empresa, Osni Manteli, conta que já tem um grupo de 10 haitianos trabalhando na granja, e todos bem adaptados. Ele acrescenta ainda que do grupo, apenas um desistiu, Manteli tem planos de voltar ao Acre para recrutar mais mão de obra.
Outra experiência positiva vem de Santa Catarina, de uma empresa de limpeza urbana. O gerente de recursos humanos, Cleber Dias, relata que em dezembro de 2012 contratou 87 imigrantes, todos estavam no abrigo em Brasileia. Não acabou por aí, em janeiro desse ano veio buscar mais 42. Agora está selecionando mais 42 para levar já nesta terça-feira, 16.
Processo burocrático
As empresas que têm interesse em ir a Brasileia devem entrar em contato com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado, levar informações sobre os serviços que serão realizados pelos novos empregados e também a proposta de salário.
Com a força-tarefa dos governo federal e estadual, iniciada no último sábado, os 1.300 haitianos que se encontram no abrigo já estarão com todos os documentos de trabalho e de permanência no país.