Mais um transplante de rim entre pessoas vivas é realizado no Acre

Os irmãos Célio e Anselmo se recuperam bem depois do transplante de rim (Foto: Junior Aguiar/Sesacre)
Os irmãos Célio e Anselmo se recuperam bem depois do transplante de rim (Foto: Junior Aguiar/Sesacre)

Depois de uma cirurgia que durou quatro horas, Célio José da Fonseca, 34, pode enfim comemorar o sucesso do transplante de rim pelo qual passou na tarde desta quinta-feira, 9, e o fim das sessões de hemodiálise realizadas três vezes por semana, que se repetiram por cinco anos.

Com insuficiência renal, Célio não podia mais trabalhar. Morando em Mâncio Lima, tinha que se deslocar a Rio Branco para realizar o tratamento.

O doador do órgão, Anselmo José da Fonseca, 48, é irmão de Célio. Outros cinco irmãos do paciente fizeram exames de compatibilidade, mas apenas Anselmo foi aprovado. “Estou muito feliz de poder fazer isso pelo meu irmão. Eu faria de novo se fosse preciso”, disse.

É o segundo transplante entre pessoas vivas (intervivos) do ano e também o segundo entre parentes. Esse tipo de procedimento é possível quando se trata de órgãos duplos ou partes de órgãos e tecidos, cuja retirada não cause ao doador comprometimento de suas funções vitais e aptidões físicas ou mentais nem provoque deformação. Também é necessário que o doador e o receptor tenham tipagem sanguínea compatível.

“Posso dizer que nasci de novo. Serei sempre grato ao meu irmão, por tomar essa decisão e fazer esse ato de amor por mim. Agora é vida nova”, comemora Célio.

O candidato a doador passa por uma bateria de exames, que incluem avaliação psicológica e estudo dos vasos e da circulação renal, além de assinar um documento no qual afirma que é doador por livre vontade.

Se o doador for pai ou mãe, irmão, filho, avô, tio ou cônjuge, precisa informar ao Ministério Público Estadual (MPE) a doação. Parentes distantes e não parentes devem pedir autorização à Justiça.

Segundo a médica nefrologista Jarine Camilo, as operações ocorrem simultaneamente no doador e no receptor. O tempo de duração entre a retirada e o implante é de três a quatro horas. “O doador demora em média duas semanas para se recuperar, e o receptor, 30 dias”, explicou. O procedimento cirúrgico foi realizado no Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco.

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