Mais de 60 mil fazem as provas do Exame do Ensino Médio no Acre

Mais de seis mil pessoas fazem no Enem da Uninorte (Foto: Angela Peres/Secom)
Mais de seis mil pessoas fazem o Enem da Uninorte (Foto: Angela Peres/Secom)

No primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, no Acre, o clima é de normalidade, segundo a organização do certame. A manhã ensolarada deste sábado, 5, ajudou o riobranquense, embora o calor tenha sido uma queixa de muitos, no deslocamento aos pontos de provas.

Na faculdade Uninorte, ao menos seis mil candidatos estão fazendo o exame, que os credencia a uma vaga no ensino superior, segundo o critério de maior pontuação e da faculdade escolhida. Em todo o estado, segundo a coordenação do Enem, são mais de 60 mil pessoas participando do concurso, que teve os portões abertos às 9 horas com início das provas às 10h30.

A vontade de cursar uma faculdade levou candidatas como Clarice Gomes Thomaz de Oliveira, de 21 anos, a trazer o filho, Heitor Felipe, de apenas 25 dias de nascido, para dentro de sala.

Estudante acredita que o filho dará sorte na realização da prova (Foto: Angela Peres/Secom)
Estudante acredita que o filho dará sorte na realização da prova (Foto: Angela Peres/Secom)

“Ele não vai dar trabalho. Esta será a terceira vez que eu faço e acredito que agora vou passar, porque o Heitor vai me dar sorte”, diz ela, que trouxe a irmã para dar uma ajuda a cuidar da criança. Se conseguir os pontos, vai cursar serviço social.

E o Heitor não foi o único a acompanhar a mãe. A Valentina, de um mês, também aguardava dormindo a hora da entrada. A mãe, Tábita Mendonça de Oliveira, de 24 anos, tenta medicina pela terceira vez. “Mas me contento se eu conseguir uma vaga para biologia. Eu quero mesmo é estudar”, afirma.

Muitos candidatos, para assegurar a entrada, chegaram com antecedência de uma hora, às 8h, nos locais de prova. Isabelle Teixeira de Souza, de 16 anos, é moradora do bairro Sobral. Resolveu sair de casa às 6 horas. Como cursa ainda o segundo ano, ela faz, pela primeira vez, como teste para edições futuras.

Retardatários culpam trânsito devagar pela perda do horário

 Alberlândia Mendonça chegou atrasada: "Trânsito atrapalhou"(Foto: Resley Saab)
Alberlândia Mendonça chegou atrasada: “Trânsito atrapalhou”(Foto: Resley Saab)

Mesmo com a divulgação no cartão de provas, de que às 10 horas, os portões seriam fechados, ainda houve quem não entrasse. Jovens como Natanael Alves da Silva, de 24 anos, estudante do 3º ano, e que tentava obter um ‘atalho’ para o certificado de ensino médio, chegou dois minutos depois do fiscal ter fechado o portão da Uninorte.

“Eu me descuidei. Fui tirar uma fotocópia, antes de vir para cá e deu no que deu”, lamenta-se.

No prédio da faculdade FAAO, Adelque Rodrigues, moradora da Vila Acre, também não conseguiu entrar. Ela diz que, embora tenha saído cedo de casa, o trânsito atrapalhou.

“Eu vim de ônibus e o tráfego era constantemente parado. Não conseguimos rodar rápido para chegar. Fico muito triste por isso, porque estudei quase o ano todo para essas provas”.

Relato semelhante é o do jovem Giovani de Souza, 20 anos. “Pensei que pudesse chegar a tempo porque não imaginava que iria pegar engarrafamento”.

Alberlândia Costa Mendonça, de 21 anos, também lamentava-se pelo tempo perdido, de frente para as amigas, que conseguiram entrar. “Foi o trânsito que não me deixou chegar. Isso me causou um atraso muito grande, porque eu me sentia muito preparada”.

Ambulantes faturam alto com lanches, água e canetas

Roberto Filho é vendedor de canetas (Foto: Resley Saab)
Roberto Filho é vendedor de canetas (Foto: Resley Saab)

Como em todos os anos, quem ofereceu suporte aos candidatos fez um dinheirinho extra. Roberto Filho trouxe nove caixas de canetas na cor preta e até 9 horas já tinha vendido seis caixas a R$ 2 a unidade.

“Isso algo que os candidatos perdem muito, ou se esquecem de trazer. Desse modo, estamos aqui para facilitar a vida deles”, diz, empolgado com a quantidade de clientes aproximando da mesa instalada em frente da Uninorte.

Raimunda Brito, ambulante da Feira de Economia Solidária, na praça do Novo Mercado Velho, trouxe água. A R$ 2 cada garrafinha e um sol escaldante, viu seu estoque gelado desaparecer em 20 minutos.

“Não tem jeito agora. Estamos vendendo em estado natural, e as pessoas estão comprando mesmo assim”.

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