Aberto desde 2002 à exposição pública, símbolo da modernidade acreana agora é museu
O decreto assinado no último domingo, 15, pelo governador Binho Marques, transformou em museu o Palácio Rio Branco, o grande símbolo dos tempos de modernidade da capital acreana do início do século 20. Desde 2002 o palácio abriu suas portas a visitação pública, mas antes da restauração promovida pelo ex-governador Jorge Viana poucos acreanos tinham acesso a suas dependências.
Hoje, moradores e turistas podem conhecer as belezas do espaço, que é um dos marcos do projeto de modernidade de Rio Branco numa época em que as edificações eram todas de madeira. Com visão de futuro, o então governador Hugo Carneiro começou a construir uma série de prédios em alvenaria, rompendo barreiras e obstáculos para a realização de um projeto de logística extremamente complexa para aqueles tempos.
Assim, o palácio se constitui efetivamente em um marco de modernidade em vários aspectos. Nas décadas de 1980 e 1990, no entanto, sofreu drástico abandono e alguns de seus valores desapareceram ou foram deteriorados.
Revitalizado por Jorge Viana, passou a contar a história da formação do Acre e a mostrar parte de seu patrimônio cultural e arqueológico, como os geoglifos – formas geométricas de milhares de anos localizadas no Vale do Acre -, a Revolução Acreana, a vida seringueira, os empates e a luta de Chico Mendes.
Aberto ao público de terça a domingo (feriados também), o Palácio Rio Branco passou a receber milhares de visitantes. Só em 2006, cerca de 22 mil turistas internos e de outros Estados passaram pelo local. Em 2007, o número praticamente dobrou – nada menos que 40.309 conheceram o Palácio. Até abril de 2008 já são 8,9 mil turistas.
No total, desde que foi restaurado, o palácio foi visitado 278,4 mil pessoas. É cada vez maior o número de turistas de outros Estados e do exterior, mas os acreanos cada vez mais buscam oportunidade de conhecer sua própria história, o que encontram no Palácio Rio Branco.
Quando o político paraense Hugo Carneiro foi indicado para exercer o cargo de governador do Acre, a cidade de Rio Branco apresentava formação urbana diferente da atual. A imensa maioria da população vivia na zona rural, ao contrário de hoje, quando 70% do povo está nas cidades.
Em 15 de junho de 1929, no segundo aniversário do governo de Hugo Carneiro, lançou-se a pedra fundamental do Palácio Rio Branco. Grande parte dos trabalhadores integrava a Força Pública do Território do Acre. O prédio foi inaugurado inacabado em 1930, sendo construído aos poucos e totalmente inaugurado no governo Guiomard Santos.